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Acqua reúne entusiastas do samba durante lançamento de galeria ABC das Artes

19/03/2018

Evento homenageou artistas do Grande ABC em Santo André e contou com exibição do documentário sobre a sambista Dona Inah, além de roda de samba

Com a ideia de relembrar artistas que fizeram história no Grande ABC e valorizar expressões artísticas e culturais, o Instituto Acqua inaugurou no último sábado (17/03) espaço dedicado a homenagear aqueles que tanto encantaram e ainda encantam gerações. A galeria intitulada ABC das Artes está na sede do Instituto, em Santo André (SP). O evento prestou homenagens a Dona Inah, Mimi Boêmio e Joca Sete Cordas. Além de cantar e dançar com o samba de Mimi Boêmio e convidados, o público assistiu ao documentário 'Que cantadora a vida me fez', dirigido por Patrícia Francisco, que mostra a trajetória da sambista Dona Inah.

Clementino Raimundo, o Mimi Boêmio, nascido em Santo André em 1936, é considerado o maior seresteiro da história do Grande ABC, cantando há mais de 50 anos sambas, choros, gafieira e MPB. Ele foi um dos primeiros homenageados pelo ABC das Artes e cantou samba de raiz durante o evento. “Fiquei muito feliz. É um convite gratificante. Agradeço de coração pela homenagem. Rever os amigos aqui também foi muito bom. Eu gostaria que o Acqua continuasse com essas homenagens. Tem muita gente que merece essa lembrança e destaque”, enfatizou Mimi.

Idealizador da ação, Ronaldo Querodia, diretor-presidente do Instituto Acqua, demonstrou carinho pela memória musical que foi celebrada. "É sempre uma grande alegria rever amigos e artistas que colaboraram e ainda colaboram para o crescimento da nossa música, em especial do choro e do samba. São inúmeros artistas que representam bem nossa região. O Mimi é um dos grandes ícones, assim como Dona Inah e o próprio Joca, sem falar no Tião, outro memorável artista. Com essa iniciativa, o Acqua quer compartilhar o lindo talento que cada um apresentou ou ainda apresenta", pontuou.

Outra artista homenageada na galeria ABC das Artes é Inez Francisco da Silva, a Dona Inah. Nascida em 1935, na cidade de Araras, no interior paulista, viveu em Santo André por muitos anos. Em 2005, recebeu o Prêmio TIM da Música Brasileira, aos 70 anos, na categoria "Revelação", com o disco Divino Samba Meu (2004). A cantora foi saudada com a exibição de seu documentário ‘Que cantadora a Vida me Fez’, além de ter espaço garantido no painel de homenageados do Instituto Acqua.

Filho de Dona Inah, Daniel Francisco acompanhou as homenagens e se disse emocionado diante da iniciativa. “É uma grande ideia, principalmente para resgatar esses artistas que não têm espaço em mídias maiores. Valorizar quem faz a boa música, quem está cantando na noite, os verdadeiros profissionais, não tem preço. Fico ainda mais feliz por conta da homenagem à minha mãe. Ela é uma mulher com grande história na região, eu sou andreense. Se ela estivesse aqui estaria muito emocionada. Quero parabenizar todos do Acqua pela iniciativa”, agradeceu.

A galeria ABC das Artes está localizada no espaço cultural do Instituto Acqua, no interior do auditório – local onde renomados artistas já cantaram, como Rosa Moura, viúva do saudoso Joca Sete Cordas, importante músico no ABC Paulista que também foi lembrado durante a abertura do ABC das Artes.

O violinista de sete cordas legou Rosa e Carlos Moura, mulher e filho. Durante o ABC das Artes, Rosa cantou junto à Mimi Boêmio e se emocionou com a homenagem à Joca. “Adorei as homenagens que o Instituto está fazendo. Esses músicos não podem ser esquecidos. Temos além do Joca, Mimi e Dona Inah, outros artistas importantes como Garcia do Bandolim, para mim um dos maiores bandolinistas. E o Joca, não é porque foi meu marido, mas foi um grande violonista e me orgulho muito de meu filho ter seguido essa linha, do choro, do samba. Estou muito feliz. Espero que a gente preencha essa galeria ABC das Artes com muitos outros nomes importantes”, comentou Rosa.

O público, composto principalmente pela geração veterana, mas também por alguns jovens que admiram o samba, enalteceu o encontro. “O evento foi ótimo. Já estive aqui em outras oportunidades. A comida estava ótima e a música excelente. Vejo com grande importância essa valorização que o Instituto está aplicando diante das homenagens aos artistas. É uma ação muito bonita”, reforçou Rosane Pimentel, professora de São Caetano do Sul.