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Casa de Apoio Ninar recebe as primeiras famílias

18/07/2017

Equipe multidisciplinar oferece atendimento especializado às crianças com doenças que afetam o neurodesenvolvimento; famílias são acolhidas e participam de atividades no local

Diversas histórias de luta e de esperança no tratamento das crianças com doenças que afetam o neurodesenvolvimento se encontraram, nessa segunda-feira (17/7), no primeiro dia de atividades da Casa de Apoio Ninar. Nove famílias, sendo três de São Luís, três de Paço do Lumiar e famílias dos municípios de Lima Campos, Codó e Santa Luzia do Paruá, interior do Maranhão, foram acolhidas e darão início ao tratamento diferenciado e especializado que será oferecido pela equipe multidisciplinar da Casa de Apoio, que é uma extensão do atendimento feito no Centro de Referência em Neurodesenvolvimento, Assistência e Reabilitação de Crianças (Ninar).

Histórias como a da dona de casa Antônia Luana de Almeida, 25 anos, que nos momentos em que precisou de atendimento médico em São Luís ficava hospedada na casa de parentes com a filha Yana Sophia. “Esta Casa é um sonho. Desde que nossas filhas nasceram estávamos esperando um espaço como esse, bem adequado. Um centro de reabilitação que atenda todas as necessidades que elas precisam”, comentou alegre a moradora da cidade de Codó ao chegar à Casa de Apoio.

Gessica da Costa Mesquita, mãe do pequeno Antônio Thalisson, de Lima Campos, também afirmou que está ansiosa para vivenciar todas as atividades dentro da Casa. “Estou cheia de esperança e super feliz. A Casa é um espaço bem estruturado. Na minha cidade, meu filho fazia fisioterapia, mas eram poucas sessões e aqui sei que ele terá muito mais atendimentos com vários médicos. Estou ansiosa para que tenhamos várias outras atividades”, comentou.

No primeiro dia, as famílias conheceram todo o funcionamento da Casa de Apoio e a equipe multidisciplinar que atuará diretamente no tratamento das crianças com doenças que afetam o neurodesenvolvimento. O espaço foi entregue no último dia 4 de julho ao povo maranhense em São Luís pelo governador Flávio Dino. A unidade tem gestão compartilhada entre o Instituto Acqua e a Secretaria de Estado da Saúde. A meta é que sejam realizados cerca de 1.260 atendimentos mensais, distribuídos em 1.560 horas de estímulo às crianças com problemas de neurodesenvolvimento.

Luzeite Ribeiro, mãe de Daniely, de apenas um ano, destacou a importância da inserção dos pais no tratamento dos filhos. “Aqui na Casa de Apoio vamos ter os profissionais mais perto de nossos filhos e assim poderemos perguntar e tirar todas as nossas dúvidas. Nas consultas observávamos e na Casa sei que vamos acompanhar de perto e depois fazer em nossas residências. E assim, tenho fé que ele vai melhorar e sei que na sexta-feira ele já vai ter alguma melhora”, pontuou a moradora de Paço de Lumiar, município na Região Metropolitana de São Luís.

A autônoma Gisele Ferreira, mãe da Maria Isis, também estava ansiosa para as atividades no segundo dia. “No primeiro dia tivemos uma impressão bem positiva. Todas as famílias estão bastante ansiosas para ver como as atividades serão executadas e receber orientações de como cuidar da forma correta em nossas casas”, disse.

Atividades – No primeiro dia com as famílias, cada mãe participou, após receber as boas vindas, de uma apresentação sobre o funcionamento detalhado da Casa de Apoio. As famílias foram divididas em grupos de três. Após o cadastro, cada bebê foi encaminhado ao setor de Triagem, onde a equipe de enfermagem realizou procedimentos de pesagem, medindo o perímetro cefálico e altura.

No período da tarde, foram realizadas as consultas com infectopediatra, pediatra e neuropediatra e ainda atendimentos com a assistente social, psicólogos e fonoaudiólogo. Para finalizar o dia, foi realizada a oficina de musicoterapia, onde as mães e os bebês puderam participar de um momento lúdico e que fortaleceu os laços afetivas entre mães, pais e crianças.

“Nossa intenção é permitir que nessa semana de convivência, cada família, ao passar pelos diversos espaços da reabilitação, consulta e recreação, possa estabelecer a maternagem, que é quando a mãe ou o pai acolhe um filho e os vínculos familiares são fortalecidos. A Casa de Apoio é um espaço e um modelo onde estaremos acolhendo famílias”, detalhou a neuropediatra Patrícia Silva, coordenadora da Casa de Apoio Ninar.

Capacitação – Além das famílias que serão atendidas, o local também será um centro de formação continuada. Nesta primeira semana, três profissionais, entre eles, enfermeiro, psicóloga e assistente social, do município de Paço do Lumiar, permanecerão na Casa e acompanharão as atividades.

Uma das profissionais, psicóloga de Paço do Lumiar, Damara Brae Guimaraes acredita que a experiência na Casa de Apoio trará ganhos significativos para os pacientes. “Nosso intuito durante essa semana é entender como funciona o trabalho dentro da Casa de Apoio Ninar e o que podemos realizar em nossos municípios. Em nossa cidade já atendemos pacientes com várias síndromes e o que iremos adquirir de ensinamento na Casa, com certeza, dará um suporte bem melhor aos nossos pacientes em nossas cidades”, pontuou.

“Todos os profissionais dos municípios em que as crianças residem, que permanecerem uma semana na Casa, vivenciarão todos os ambientes do local. Queremos contagiar as pessoas e os profissionais sobre essa nova maneira de cuidar e assim permitir que estes profissionais recriem nas cidades. Com isso, vamos fazer que os Ninhos de Cuidados possam realmente existir”, finalizou a coordenadora da Casa de Apoio Ninar, Patrícia Silva.

 

Fotos: Francisco Campos (Ascom/SES)