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Ala Covid-19 do HGP em Parauapebas (PA) conclui atuação da parceria Vale e Instituto Acqua

05/11/2021

Após 17 meses de atuação, desde o hospital de campanha e ala dedicada no HGP, profissionais se despedem comemorando saldo positivo dentre os mais de 1200 atendimentos

A Ala Covid-19 do Hospital Geral de Parauapebas (HGP), no Pará, acaba de encerrar as atividades com mais de 900 altas. O Instituto Acqua, contratado pela mineradora Vale para gerenciar leitos no município – desde o Hospital de Campanha, em maio de 2020, até a ala exclusiva localizada no hospital municipal – contou com apoio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). A pandemia do novo coronavírus mudou a vida dos quase 300 profissionais que atuaram na linha de frente das unidades na capital do minério. Para a equipe multidisciplinar da ala, o trabalho realizado deixa legado e marco histórico para a população de Parauapebas, por meio da humanização. “Cada um deu seu melhor. Muitos entraram cheios de incerteza diante de uma doença desconhecida e fatal, e saem com a sensação de dever cumprido”, declarou a coordenadora da assistência social, Luciene Faria.

No total, com 931 altas computadas, o hospital chegou a atender toda a região de Carajás e até pacientes de outros estados. Para atribuir acolhimento aos pacientes, diversas ações humanizadas eram realizadas diariamente. Uma delas veio por meio da supervisão do Sistema de Arquivamento Médico e Estatística (SAME), que conseguiu organizar para que familiares internados ficassem perto um do outro, e sempre que possível, saíssem de alta juntos. “A recordação desses momentos de altas e reencontro com amigos e família, nos emociona com a certeza de que fizemos a nossa parte”, afirmou o supervisor do SAME, Victor Leal.

Outra ação que fez a diferença no atendimento foi a intervenção por meio da musicoterapia. De acordo com a coordenação de psicologia, foram somadas, desde maio de 2020, aproximadamente 500 horas ininterruptas de música ao vivo na unidade. “O muito obrigado que recebemos em cada pedido de música que atendíamos e a cada canção que trilhava as altas médicas, deu um significado muito maior na nossa vida. O propósito para a vida tem muito mais valor que qualquer coisa, e o nosso propósito foi salvar vidas”, comentou o coordenador de psicologia, Felipe Lemos.

Dentre os momentos marcantes da gestão, as iniciativas humanizadas e protocolos desafiadores aliados às tecnologias de ponta no tratamento da doença, foram primordiais para o saldo positivo de altas e crescimento profissional dos colaboradores. “Um momento de felicidade indescritível para toda a equipe foi quando, em um dia, devolvemos dez pacientes para suas famílias”, lembra Luciene. Para o supervisor de radiologia, José Pereira Lopes, outro momento de alegria foi a inauguração da cortina do abraço, uma ideia humanitária que ajudou na melhora dos pacientes que estavam vários dias distante de seus familiares. Já para a coordenadora de fisioterapia, Scarlett Milhomem, o que marcou foi o uso não evasivo do capacete Elmo e diversas tecnologias que ajudaram a evoluir o quadro de alguns pacientes críticos, direto para a alta hospitalar, sem necessidade da intubação.

De acordo com a supervisão de nutrição da unidade, o pós-covid também será marcante, pois foram realizados diversos treinamentos com intuito de ensinar, para pacientes e colaboradores, qual tipo de alimentação deve ser consumida para manter-se mais saudável e com sistema imunológico melhor. “Temos o orgulho de ver que nosso atendimento vai além das portas do hospital. Não construímos apenas um legado, nos tornamos uma família, a família Acqua”, afirmou o nutricionista Washington Teixeira de Sousa.

Parauapebas foi pioneira em tecnologias de ponta que ajudaram com total eficiência no tratamento a Covid-19. Foi possível em plena pandemia de isolamento social, fazer o paciente não se sentir sozinho e longe da família, inicialmente por meio das videochamadas e cortina do abraço, depois com os protocolos especiais de visita ao leito, seguindo todo cuidado e prevenção para os familiares e pacientes. “Modificamos a ideia de que a internação por Covid-19 era sinônimo de adeus, mudamos a forma do paciente ser tratado em sua vida e de tratar outras pessoas com respeito, educação e humanização”, destacou a farmacêutica Cassia Gabriela Monteiro Matias.

Os benefícios não param por aí, o sistema público de saúde de Parauapebas ficará com todos os leitos e equipamentos tecnológicos usados pelo hospital de campanha, financiados pela mineradora Vale. Outro saldo positivo é o baixo número de colaboradores que foram contaminados com a doença durante o trabalho, e além disso, nenhum profissional precisou de internação ou perdeu a vida após contrair a Covid-19. Este último resultado é devido ao controle rigoroso, diversos treinamentos, e educação continuada sobre paramentação, higiene e cuidados para prevenir a doença na linha de frente.

Em singela reunião de despedida, a emoção dentre a equipe multidisciplinar aflorou depoimentos e confissões de quem esteve desde o primeiro dia dedicado a combater o novo coronavírus. “O Acqua ensinou que é possível desenvolver a humanização para os profissionais, pacientes e também focar de forma importante na parte assistencial aos familiares”, disse a gerente de enfermagem, Natalia Vieira Montelo. Alguns profissionais vieram de muito longe e aceitaram como um desafio trabalhar diante de uma pandemia, e para eles, a sensação é de vitória. “Aceitamos a missão de entrar nesta batalha tão longe de nossas famílias. Fizemos o melhor que podíamos, infelizmente toda batalha tem baixa, mas tivemos muito mais vitórias do que derrotas, e até nas derrotas aprendemos muitas coisas para seguir adiante”, contou o gerente operacional, Ricardo da Silva Lourenço, de São Paulo.

Para a equipe médica, foi imenso aprendizado lidar com uma patologia desconhecida, sem tratamento definitivo e extremamente letal, e tudo isso, longe de casa e dos familiares. “Tivemos momentos de muita tristeza a cada paciente que perdemos, mas muitas alegrias a cada um recuperado. Além disso, voltamos para casa com enorme leque de amizades construídas e que deixarão saudade”, declarou o diretor médico, Dr. Felipe Flores, de São Paulo.

O controle de suprimentos, essencial para manter a organização e o bom funcionamento da unidade (e que mantém compromisso de abastecer desde medicamentos a tecnologias e demais insumos) também motivou Andrei Bastos, consultor técnico do Instituto Acqua e profissional que atuou como gerente administrativo responsável pelo planejamento, armazenamento e distribuição de materiais. “Nosso trabalho foi desafiador, visto que mantivemos durante todo tempo os estoques abastecidos, sem que houvesse falta de atendimento. Isso para nós foi um sucesso por conta do comprometimento de toda equipe. Quero agradecer ao Instituto Acqua e toda equipe formada, dos colaboradores, aos fornecedores e parceiros locais. Essa foi a maior experiência profissional que já tive”, relata.

“Este foi um período muito triste e histórico para a humanidade e nós fizemos nosso papel, cumprimos com o dever que nos foi dado de primar pelo cuidado dos pacientes e dos funcionários em prol da recuperação e proporção de saúde dos acometidos. Encerramos com clima de gratidão e alívio por ver o fim deste ciclo em que somamos muitas vitórias”, afirmou David Dias, diretor geral da unidade.

Samir Siviero, diretor-presidente do Instituto Acqua, lembra dos desafios iniciais frente à nova gestão em Parauapebas, agradece os colaboradores e reforça o compromisso com a população. “O Instituto Acqua atua em outros estados com a cultura da gestão humanizada, aliada à educação continuada e o compromisso e dedicação dos funcionários, para salvar vidas. Aos colaboradores, parabenizamos e agradecemos o empenho, dedicação e esforço. Cada um fez a diferença. Chegar a Parauapebas foi desafiador, no ano passado montamos o hospital de campanha em tempo recorde e ofertamos tratamento de ponta aos pacientes. E esse trabalho é a soma da parceria junto à Vale e a Prefeitura. Encerramos esse ciclo com gratidão e seguimos com a vontade de fazer mais pela população do Pará”, conclui o gestor.

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