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Campanha Setembro Verde de incentivo à doação de órgãos é lançada no Hospital Dr. Carlos  Macieira (MA)

02/09/2019

Atualmente, 725 pessoas aguardam na fila de transplante; durante o mês, programação conta com diversas atividades de sensibilização para o tema 

O Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM), em São Luís (MA), deu início à Campanha Setembro Verde nesta segunda-feira (2/09). Uma roda de conversa para abordar a importância da conscientização sobre a doação de órgãos e alertar a família sobre o desejo de salvar outras vidas, além de depoimentos de pessoas que receberam órgãos transplantados marcaram a abertura do evento. A unidade abriga a Central Estadual de Transplantes (CET), responsável pela notificação de óbitos e suspeita de morte encefálica de todos os hospitais do estado. O hospital é gerenciado pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão (SES).

O Secretário de Estado da Saúde do Maranhão, Carlos Lula, prestigiando o evento, destacou a importância da sensibilização das famílias para o tema da doação de órgãos. “Temos melhorado o nosso índice de captação de órgãos. Quando se fala em Setembro Verde está se falando de um ato de solidariedade. Sobre como é possível transformar o momento de dor em um momento de vida. E quando se escuta esses depoimentos de filhos e pais que decidiram realizar a doação, temos nessas doações a forma de prolongamento da vida dessas pessoas no corpo de outras pessoas aqui na Terra”, comentou.

Este ano a campanha traz como tema ‘É hora daquelas duas palavrinhas com sua família: Sou Doador’. Durante o mês de setembro diversas ações foram programadas no Hospital Dr. Carlos Macieira. A programação conta com laço humano em volta da unidade, palestras, dinâmicas, entre outras atividades.

O Brasil possui um dos maiores programas públicos de transplantes do mundo. No País, quase a totalidade dos transplantes de órgãos como coração, pulmão, rim e fígado são feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ultrapassando 90% dos transplantes. Com os números de transplantes renais, o Brasil ocupava, em 2017, o segundo lugar com 5.929 transplantes, de acordo com a Central Nacional de Transplantes. Em 2018, a lista de espera foi fechada em 33.454 pacientes ativos que aguardavam por um transplante.

Depoimentos – Bruna Letícia Santos, 26 anos, contou como sua vida mudou após receber um novo rim. “Comecei fazer hemodiálise aos 12 anos após ser diagnosticada com doença renal. Foram três anos e três meses na hemodiálise, tive complicações durante esse período. Meu pai ainda tentou ser meu doador, mas não foi possível. Até que em 2008, a família de um rapaz que teve morte encefálica autorizou a doação e salvou minha vida. Estou aqui feliz e faz 11 anos que fiz o transplante. O transplante me deu liberdade e minha qualidade de vida também melhorou”, detalhou.

Gisele Tereza Rodrigues, 29 anos, também compartilhou sua história após receber o transplante de rim em 2016. “Fui diagnosticada aos 24 anos com insuficiência renal. Levava uma vida normal e quando o médico me disse que precisava de um transplante para viver, escutar aquilo foi o fim. Você para de trabalhar, sua vida muda, mas consegui realizar o transplante. Dialisei aqui no Carlos Macieira durante um ano e oito meses. Não entrei na fila de espera porque meu pai foi meu doador. Ele me deu a vida duas vezes”, lembrou emocionada.

De acordo com a Central Estadual de Transplantes, atualmente 725 pessoas aguardam transplantes no Maranhão. Em 2019, foram realizados no primeiro semestre 132 transplantes, sendo 121 de córneas, 10 de rim e um de fígado. De janeiro a junho apenas cinco doadores foram autorizados pelas famílias. Ano passado, foram realizados na rede estadual 313 transplantes, sendo córneas (273), Rim (31), Fígado (3) e Tecidos ósseos (6). Em todo o ano passado 14 doadores foram identificados. Do total de 294 transplantes em 2017, foram 246 córneas, 47 transplantes de rim e um de tecido ósseo.

“O gerenciamento dessas informações possibilita a captação e distribuição dos órgãos para o transplante. Por isso, precisamos reforçar com nossos familiares nosso desejo de sermos doadores e desejarmos salvar vidas”, destacou a coordenadora Estadual da Central de Transplantes, Maria Inês Oliveira.

Campanha – Para conscientizar o maior número de pessoas, os corredores e setores do Hospital Carlos Macieira apresentam cartazes para a temática. A fachada da unidade, todas as noites, exibe luzes verdes simbolizando o mês de incentivo à doação de órgãos.

Estiveram presentes ainda na abertura do evento, a promotora de Justiça, Gloria Mafra; o diretor-administrativo do Hospital Dr. Carlos Macieira, Otávio Campos; a chefe da unidade de Transplantes do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão, Regina Cruz, além de funcionários, colaboradores, acadêmicos e residentes.

Fotos: Julyane Galvão/SES 

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