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Conheça a história de Maria de Fátima, paciente que ficou internada 39 dias no Hospital de Campanha de Parauapebas (PA)

14/07/2020

Com 65 anos, Maria de Fátima é exemplo de superação na batalha contra o novo coronavírus e após longa internação reencontrou a família; hospital teve aporte da Vale e mantém gestão do Instituto Acqua em parceria com a Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa)

Só quem passa por tratamento contra o novo coronavírus sabe as dificuldades de enfrentar uma doença que ainda é desafiadora. Maria de Fátima Corrêa Silva, 65 anos, é uma destas personagens. Ela testou positivo para Covid-19 e foi regulada para tratamento no Hospital de Campanha de Parauapebas (PA) no dia 19 de maio, data em que a unidade de saúde inaugurou. Após 39 dias, Maria conseguiu se recuperar da doença e teve alta. A história de superação é um dos diversos exemplos que o enfrentamento à pandemia registra na vida de familiares e profissionais da Saúde.

Com tantas incertezas, Maria de Fátima jamais imaginaria a batalha que enfrentaria. Com febre, tosse seca e mialgia, sintomas característicos da Covid-19, ela iniciou protocolo de tratamento com medicamentos, uma vez que havia quase 50% do pulmão comprometido. O médico responsável pelo atendimento, Ayran Rocha, contou que a paciente apresentou boa resposta ao tratamento nos primeiros dias e seria observada até o sétimo dia para receber alta. “Mesmo sem nenhuma intercorrência deixamos os pacientes dois dias em observação após a medicação, para ter certeza de que terão alta segura sem ter processo inflamatório agudo”, relatou. Do quinto para o sexto dia de internação, Maria de Fátima teve queda de saturação de oxigênio e precisou de um cateter no limite de 5 litros, para saturar 91 e 92. Com isso, o quadro dela piorou quando estava próxima de voltar para casa.

Os exames alteraram e Maria de Fátima também apresentou pneumonia. O novo tratamento foi direcionado, mas o próprio cateter e a máscara inalante (segundo dispositivo usado para enviar mais oxigênio ao paciente) não eram suficientes. Assim, Maria de Fátima precisou ser realocada para a ala de estabilização do hospital, e começou fisioterapia respiratória junto com o tratamento.

Para a paciente, o que mais marcou nessa luta foi ver algumas pessoas sofrendo com a Covid-19, e ter medo de não conseguir vencer a doença. “Durante quase 40 dias em que estive no hospital, foram dias muito difíceis, de muita luta e saudade da família. Mas graças a Deus e com ajuda dos médicos, consegui vencer esta batalha”, ponderou.

Com o passar do tempo a paciente começou a dar resposta aos tratamentos, antibióticos mais fortes foram aplicados, além da fisioterapia – essencial em 70% da evolução do quadro. Após essa fase de processo inflamatório agudo, que muitos passam, os profissionais conseguiram estabilizá-la sem precisar entubar ou ir para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

De acordo com o médico Ayran Rocha, ela retornou para o bloco usando máscara inalante. “Foi um período exaustivo. Ela achava que não iria dar certo. A cada dia Maria foi respondendo sem ficar cansada, até o momento em que removemos completamente o oxigênio e houve saturação de 91 a 92, taxas que mostram o bom funcionamento pulmonar”, explica. O profissional, que assumiu o trabalho no HC desde a inauguração, é de São Paulo e integra a equipe de médicos do Instituto Acqua. Para ele, rever o caso de Maria de Fátima foi uma experiência enriquecedora. “Fiquei observando ela durante 10 dias, até começar a levantar. Revi todo o caso, foi uma situação bem difícil até conseguirmos dar uma alta tranquila e segura. Cada alta é uma alegria, mas essa pela dificuldade que o caso nos revelou foi motivo de comemoração redobrada”, mencionou o médico.

O marido de Maria, Antonio Alves da Silva, também contraiu Covid-19 e ficou internado no HC. Durante o período em que seguiu com o tratamento, ele visitava a esposa no bloco de internação para dar apoio. Ela contou que a sensação de voltar para casa foi única. “Tive tantas incertezas e achava que não iria voltar para casa, mas minha saída foi muito emocionante, não estava esperando e teve até festa pra mim. Estavam as fisioterapeutas, minha família e meus vizinhos, parecia um sonho ter saído do hospital. Estou agora em minha casa, mas com saudade dos que cuidaram de mim, quero encontrar com eles de novo, mas em outra ocasião que não seja em um hospital”, pontuou.

A vitória de Maria de Fátima é orgulho para todos do HC que tiveram a felicidade de ver uma paciente que vivenciou estado crítico, poder sair andando e sorrindo para reencontrar a família. “Não tenho palavras. Essa dedicação e humanização têm um diferencial na recuperação dos pacientes. Falo para cada paciente que ele tem que acreditar comigo e ser forte, porque isso faz diferença”, concluiu o médico Ayran Rocha.

Além do profissionalismo, as práticas de humanização no atendimento são ações que colaboram com a recuperação dos pacientes. “Muita gente tinha medo de ir para o hospital, eu também, mas é um hospital muito bom. Agradeço os profissionais por terem cuidado tão bem de mim, especialmente o Dr. Ayran que foi muito importante para minha recuperação. Fui tratada muito bem por todos, desde a nutricionista, médicos, psicólogo, até quem trabalha na limpeza, todos são pessoas do bem”, garantiu Maria de Fátima.

Em 57 dias de funcionamento, o Hospital de Campanha de Parauapebas registrou mais de 234 pacientes internados, dos quais 200, assim como Maria e o marido, já voltaram para casa vitoriosos.

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