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Exposição e palestras marcam Agosto Lilás no Hospital Tomás Martins (MA)

19/08/2020

Campanha promove conscientização do combate às formas de violência contra a mulher; hospital é gerenciado pelo Instituto Acqua em parceria com a SES

Em alusão ao Agosto Lilás, mês de enfrentamento e combate à violência contra as mulheres, o Hospital Macrorregional Tomás Martins, em Santa Inês (MA), organizou exposição para conscientizar sobre o tema. Instalada em três ambientes do hospital, a mostra “Marias não se calem!” foi aberta na última sexta-feira (14/08), e a atividade incluiu palestras.

Administrado pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), o hospital é referência para 18 municípios da região do Vale do Pindaré. A campanha Agosto Lilás tem objetivo de ampliar a discussão do enfrentamento à violência de gênero e conscientizar a população. Géssica Ximenes, coordenadora multiprofissional da unidade de saúde, diz que a exposição foi preparada em três ambientes para revelar diferentes etapas do processo de reconhecimento de uma situação de violência. A primeira com sensações relatadas pelas vítimas, a segunda com frases ditas pelo agressor e a terceira com casos concretos de mulheres vítimas de feminicídio.

“No primeiro ambiente montamos um varal com camisas feitas de cartolina expondo as sensações das vítimas de violência doméstica, no segundo momento, fotos e objetos femininos comparados com frases machistas ditas pelo agressor, e, por fim, três casos de mulheres que foram mortas por crime de feminicídio”, disse.

As palestras foram conduzidas pela assistente social Thamara Souza e pelos psicólogos Raira Larrainy e Bruno Seba, que abordaram o tema “Fique em casa, mas não sofra calada”, trazendo dados sobre o aumento do número de violência doméstica no contexto do isolamento social exigido para o controle da pandemia do novo coronavírus e também os efeitos psicológicos que as violências podem gerar e como buscar ajuda na rede de apoio de órgãos institucionais de proteção à mulher.

“A unidade de saúde é também porta de entrada de muitas mulheres que sofrem com esse tipo de violência. A campanha tem objetivo de ajudar a conscientizar e combater a violência doméstica e qualquer tipo de violência contra a mulher para que não se torne feminicídio. Falamos também sobre a importância da Lei Maria da Penha e como encontrar ajuda”, disse a assistente social.

A campanha concentra-se em motivar mulheres a reconhecerem os primeiros sinais de violência e se protegerem contra as consequências desastrosas que um relacionamento abusivo pode trazer. No mês de agosto é lembrado o aniversário da Lei Maria da Penha, considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência contra as mulheres, contribuindo significativamente na taxa de redução de feminícidio praticado, em muitas vezes, dentro da própria residência da vítima.

Lei Maria da Penha – Instrumento jurídico de maior efetividade no combate à violência doméstica e de gênero contra mulheres, a Lei Maria da Penha completa 14 anos desde sua promulgação, no dia 7 de agosto de 2006. Inspirada em uma mulher real, a farmacêutica bioquímica, Maria da Penha Maia Fernandes, vítima de violência doméstica por 23 anos, a lei se tornou um dispositivo poderoso contra a violência praticada por homens contra suas parceiras.

A Lei estabelece, por exemplo, uma série de políticas de proteção, com aplicação de medidas protetivas à mulher. Ela também promove a criação e implantação de delegacias e varas especializadas contra a violência doméstica e de gênero, tornando os atendimentos mais céleres e otimizando as denúncias, já que muitas mulheres vítimas de violência não sabiam como denunciar.

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