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Paciente do Hospital Dr. Carlos Macieira (MA) conhece o mar pela primeira vez

05/08/2021

Daniel Carvalho faz tratamento de doença autoimune no hospital. Iniciativa integra ações de humanização da unidade de saúde gerenciada pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES)

Daniel Bezerra de Carvalho, 20 anos, está internado no Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM), na capital maranhense, em tratamento de alta complexidade por uma anemia aplásica, um tipo de doença autoimune. No último mês, ele foi convidado pela equipe do hospital a conhecer o mar.

“Apareceu essa oportunidade para sair um pouco e aproveitei. Não conhecia o mar, só a prainha do Rio Tocantins. O ar e o vento na praia são bem melhores”, falou Daniel, que é natural da cidade de Imperatriz, no Sul do Maranhão. A região é atravessada pelo rio, o ponto turístico principal da segunda cidade maranhense mais populosa.

A expectativa pelo passeio contagiou também a equipe assistencial que acompanha o tratamento de Daniel. A iniciativa integra ações de humanização promovidas pela Comissão de Humanização do hospital gerenciado pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES). Psicóloga, enfermeira e médica da equipe acompanharam a visita, com apoio da namorada do estudante.

“Ele está internado há muitos meses. O tratamento é cansativo para um jovem que tinha uma vida muita ativa antes de entrar no hospital. Ele pratica muitos esportes, é muito querido pela família, e a internação muitas vezes gera um sofrimento psíquico que já estava se manifestando em forma de tristeza. Ações como essa ajudam bastante no equilíbrio sistêmico e no avanço do tratamento”, pontuou a psicóloga Poliana Braga.

A imensidão do mar abraçou os olhos de Daniel. As mãos do rapaz apertaram forte as da namorada e os dois seguiram, sozinhos, para lavar os pés na água e agradecer. De longe, a equipe acompanhava tudo, reconfortada. “A sensação é agradável. Sentir o ventinho, olhar para o mar, olhar para esses navios cargueiros gigantes, imaginar o que tem depois dessa água todinha. A água é geladinha, foi bom demais”, agradeceu Daniel.

Sobre o tratamento – O paciente do Hospital Dr. Carlos Macieira é acompanhado por uma equipe multiprofissional e profissionais especialistas, incluindo médica hematologista. A internação na unidade de saúde aconteceu em 22 de abril deste ano e a regulação foi indicada pelo serviço de alta complexidade que o hospital oferece.

A anemia aplásica é considerada uma doença grave, que pode ser hereditária ou adquirida de forma autoimune, quando o próprio organismo desenvolve a doença. Ela pode se desenvolver por conta de um erro do sistema imunológico que passa a atacar a medula óssea. A medula é responsável por fabricar as células sanguíneas, a produção de leucócitos, plaquetas e hemoglobinas. A doença acontece quando a medula óssea passa a não mais realizar suas funções corretamente.

Daniel buscou o hospital de Imperatriz com sintomas de fraqueza extrema, dor de cabeça, problema de locomoção e fadiga. “Achei que era Covid pelos sintomas, fui para a UPA e transferido para o hospital. Após os testes de hemograma, identificaram a doença e que o tratamento seria aqui no Carlos Macieira”, explicou.

Andreya Costa, médica do HCM, acompanha o tratamento do estudante. Semanalmente, o paciente precisa tomar um concentrado de plaquetas com 8 bolsas. Além disso, há uma série de cuidados na assistência devido à condição de baixa imunidade e o risco dele adquirir uma infecção, como explica a profissional.

“A alteração na medula do Daniel faze com que ele produza células de gordura, ao invés das plaquetas. Aqui ele é acompanhado por mim, clínica geral, e também pela médica hematologista. O diagnóstico é feito pelo exame de mielograma, uma punção feita direto da medula óssea. O tratamento segue com medicações imunossupressoras e antibióticos específicos até ele conseguir realizar o transplante de medula”, disse a médica.

Daniel Carvalho foi incluído no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) e também ao maior banco de doadores do mundo, o americano National Marrow Donor Program. A boa notícia ele recebeu no mesmo dia, de que o cadastro foi realizado com sucesso e há um possível doador em tramitação, para que ele possa visitar mais vezes o mar, com saúde e de forma espontânea.

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