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Acolhimento Terapêutico oferece assistência psicológica e social às famílias de bebês internados na UTI da Maternidade Benedito Leite (MA)

13/04/2021

Atividade oferece rede de apoio às famílias atendidas na unidade gerenciada pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES)

Na Maternidade Benedito Leite, em São Luís (MA), atividades terapêuticas marcam a rotina de familiares. Ícaro Pietro, nascido em 12 de março, precisou de internação sob cuidados intensivos em um dos 10 leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Quinzenalmente, as famílias dos bebês internados são convidadas a participar de atividades terapêuticas como processo de acolhimento e acompanhamento da saúde mental. A unidade é gerenciada pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES).

A criança é o segundo filho de Givaldo Santos de Sousa, 32 anos, e Marciane Conceição, 27 anos, naturais de São Luís. Eles não imaginavam que a ida para casa seria interrompida pela necessidade de tratamento para Ícaro. A frustração gerou impacto na saúde emocional do casal.

“Fiquei destruída. Nunca tinha passado por isso. Meu primeiro parto ocorreu tudo normal. Foi muito difícil no começo aceitar a internação do meu filho, mas agora ele já está ficando bem e superei. Me sinto mais forte. No começo eu chorava todos os dias”, disse Marciane.

O projeto desenvolvido pela equipe multidisciplinar da maternidade envolve diálogo, atividades artísticas e, sobretudo, estímulo à empatia e convívio mútuo, como explica a psicóloga Karem Gomes.

“A ideia é desenvolver esse acolhimento por meio da escuta, estimular neles formas de expressão de suas angústias, anseios e dificuldades que estão vivendo para que possamos colaborar na superação das dificuldades durante o período de hospitalização”, explicou a psicóloga.

Para a equipe de saúde, o acolhimento tem a intenção de horizontalizar a assistência, reforçando a importância dos pais dos bebês nesse momento de tratamento intensivo e de promover um vínculo de comunidade e ajuda mútua.

“Você cria uma comunidade afetiva entre um grupo de pessoas que estão convivendo no mesmo ambiente de UTI. Alguns, por questões econômicas ou morar em outras cidades, nem sempre conseguem estar com o bebê todo o tempo e precisam adquirir confiança”, lembrou Gabriel Cutrim, psicóloga da maternidade.

Na última roda de acolhimento, os participantes iniciaram o encontro produzindo desenhos e mensagens. Em seguida, falariam um pouco sobre essas emoções expressadas e como cada um poderia ajudar o outro. No final, contaram com doces, sucos, chás e um lanche preparado pelo nutricionista da unidade de saúde.

Projetos integrados – A Unidade Neonatal da Benedito Leite funciona há 7 meses. Os acompanhantes podem permanecer entre o horário das 7h às 22h. A UTI funciona 24 horas e dispõe de 10 berços com cadeira para acompanhante para tratar de bebês nascidos prematuros, que estão com dificuldade na pele, na sucção do leite materno, com sequelas neuronais.

Segundo a equipe assistencial, as mães e pais dos bebês são orientados a descansar em casa ou em lugar próximo para que mantenham o autocuidado e recarreguem as energias para continuar no acompanhamento da rotina de tratamento dos filhos.

Givaldo e Marciane seguem à risca a orientação. “Minha esposa vem de manhã e geralmente eu venho à tarde, todos os dias. É muito bom esse acompanhamento dos profissionais. No começo fiquei muito assustado com medo do meu filho morrer”, disse Givaldo.

Além dos encontros de acolhimento, a equipe incluiu na entrada da UTI um mural com o título “Oi Mãe, Oi Pai”. Nele, os familiares dos bebês trocam recados entre si, com mensagens de apoio. Outra iniciativa, no período da Páscoa, foi a decoração de uma árvore com símbolos e fotos das crianças. Uma cartilha com caça-palavras, jogo dos 7 erros e cadernos de pintura também como parte do serviço oferecido.

Luiza Miranda, fisioterapeuta e supervisora multidisciplinar na Benedito Leite, coordena o planejamento das atividades e pontua que a assistência e sensibilização envolvem também os profissionais que atuam no ambiente da UTI.

“Temos desenvolvidos outras atividades em relação à equipe. Para que cada profissional entenda o quanto esse ambiente exige sensibilidade e atenção com estímulos sensoriais o tempo todo, o ruído, a luz, o tato com a criança. Do operador de máquina até o médico. A forma de aplicar injeção, o descarte do lixo, essa atenção dos profissionais é fundamental. E continuamente trabalhamos trocando informações entre psicólogos, terapeutas ocupacionais, lactarista, nutricionistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, médicos e enfermagem”, finalizou a fisioterapeuta.

Unidade de referência – A Maternidade Benedito Leite é referência em assistência neonatal e pautada por políticas públicas que tornam gestação e parto momentos de segurança e amor. Em 2020, a unidade realizou mais de 24 mil atendimentos. Foram mais de 6.540 crianças nascidas na maternidade, sendo mais da metade de parto normal. Números que evidenciam o atendimento humanizado.

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