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Gestantes participam de rodas de conversa nas maternidades Benedito Leite e Humberto Coutinho, no Maranhão

29/06/2019

Rodas acontecem periodicamente e estimulam a assistência humanizada nas maternidades gerenciadas pelo Instituto Acqua e Secretaria de Estado da Saúde

Garantir assistência humanizada às pacientes atendidas nas maternidades públicas do Maranhão é um dos objetivos das rodas de conversa realizadas nas unidades de saúde gerenciadas pelo Instituto Acqua e Secretaria de Estado da Saúde (SES). Na última quarta-feira (26/06) foi realizado o encontro com gestantes na Maternidade Benedito Leite, em São Luís, e na quinta (27) a atividade ocorreu na Maternidade Humberto Coutinho, em Colinas.

Na Maternidade Benedito Leite, casais participantes receberam informações sobre as fases do parto e as mudanças que acontecem no corpo da mulher durante a gestação. Os encontros ocorrem todo mês e podem participar gestantes acompanhadas ou não. A cada novo ciclo novas participantes são acolhidas pela equipe da unidade de saúde.

“Aqui nas rodas firmamos o nosso compromisso em oferecer assistência humanizada no serviço público. Nosso objetivo é fortalecer o conhecimento das mulheres, os direitos da gestante, capacitá-las com conhecimento científico a partir das orientações do Ministério da Saúde”, disse Kelma Lucena, coordenadora de enfermagem da Maternidade Benedito Leite.

A cada novo encontro, os relatos de quem já teve a experiência de parto são compartilhados com as “mães de primeira viagem”. As evidências positivas e negativas são colocadas em debate. Orientações e esclarecimentos sobre o direito das gestantes e os benefícios do parto natural, além do combate às práticas de violência obstétrica são temas abordados.

“Cada relato compartilhado de uma gestante empoderada é uma evidência de que a assistência humanizada é possível. Esses bebês nascidos de partos humanizados chegam em ambiente de amor e acolhimento”, destacou Analamacia Brito, coordenadora técnica de enfermagem do Instituto Acqua.

Onze gestantes e dois acompanhantes participaram da roda na Maternidade Benedito Leite. Após o momento de apresentação, participantes relatam suas experiências de parto. Muitos depoimentos apontam dificuldades de acolhimento no serviço privado. As mulheres relacionam o tratamento e imposições médicas sobre o parto cesariano.

Cristiane Sousa, 37 anos, está na segunda gravidez. Com 26 semanas, ela já procurou atendimento na Benedito Leite. “Não faltei. Estou no terceiro encontro. Uma cunhada participou de uma roda anterior e disse que adorou ter o parto aqui”, disse.

Além do processo fisiológico e dos vínculos que cada etapa do parto gera entre a gestante e o bebê, as participantes também conheceram a estrutura da maternidade e os recursos disponíveis na assistência. As gestantes atendidas na unidade de saúde têm direito, por exemplo, a um plano de parto e assistência de uma doula cadastrada.

Encerramento de um ciclo – As rodas realizadas na Maternidade Humberto Coutinho tiveram o primeiro ciclo de encontros encerrado na tarde de quinta-feira (27). Doze participantes junto com equipe de enfermeiras e assistente social participaram do momento, que contou com pintura de barriga, música e a entrega de um texto de juramento na etapa do clampeamento (corte do cordão umbilical).

No encontro, as gestantes dialogaram com a equipe da unidade de saúde sobre os sinais do trabalho, o pós-parto da cesárea e do parto normal, amamentação e suas dificuldades, rede de apoio materno e infantil no parto e despedida da barriga. Segundo Daniele Teixeira, coordenadora de enfermagem da Humberto Coutinho, mais da metade das gestantes participou de todos os encontros e outras participaram pela primeira vez.

“As rodas já estão sendo assimiladas pela comunidade como um momento importante de informações sobre o parto diferente do pré-natal. Agora, elas sabem que podem ser bem escolhidas e que as opções do parto serão respeitadas, inclusive, algumas delas preferiram ter o parto aqui na maternidade pública do que na rede privada”, falou.

De acordo com Daniele, as cesarianas ainda são uma opção alta pela falta de informação das mães em entender o mecanismo do próprio corpo feito para o parto vaginal e acreditar que é possível sem traumas.

“Geralmente os familiares não querem ver a gestante com dor, não entendem que é parte do processo fisiológico do parto. O conhecimento transforma e inclui a família nesse processo de acolhimento da gestante. A maioria não conhece os riscos de uma cirurgia cesariana e os benefícios do parto natural na redução da mortalidade e morbidade materna e perinatal”, finalizou.

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