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Maternidade Humberto Coutinho (MA) realiza treinamento para assistência a pacientes diagnosticados com arboviroses

25/06/2019

Ação foi realizada em parceria com a equipe de Vigilância Epidemiológica do município de Colinas

O Ministério da Saúde está em alerta para novos surtos de dengue no Brasil. Segundo boletim divulgado pelo órgão federal, até 8 de junho foram registradas 366 mortes pela doença em todo o país. Para garantir que os casos sejam notificados e os pacientes da região de Colinas, no Maranhão, tenham assistência especializada na Rede Estadual de Saúde, a Maternidade Humberto Coutinho realizou nos dias 19, 21 e 24/06 treinamento para classificação de risco, diagnóstico, manejo clínico e notificação das febres por dengue, Zyka e Chikungunya.

De acordo com a coordenadora de enfermagem da maternidade, Daniele Oliveira da Silva Teixeira, o treinamento direcionado à equipe atende a necessidade em virtude do aumento das notificações de casos da doença na região.“A maternidade tem atendido crianças com o diagnóstico da doença e encaminhado para São Luís, por meio de regulação na Rede Estadual de Saúde. São casos mais graves, que evoluem para febre hemorrágica e que exigem a reposição de plaquetas e sangue. Somente em junho já foram notificados 32 casos de dengue na região”, disse.

Na Maternidade Humberto Coutinho, gerenciada pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), existe um setor responsável pela coleta de todas as notificações das doenças endêmicas e epidêmicas, incluindo as arboviroses (dengue, Zyka e Chikungunya). Os dados são encaminhados para o órgão municipal que notifica o Ministério da Saúde.A identificação do paciente é feita na sala de Acolhimento com Classificação de Risco, tanto na obstetrícia quanto na pediatria. Depois, os pacientes – crianças ou gestantes – são encaminhados à consulta com o médico já com a descrição da classificação. Durante o atendimento é feita a prova do laço, medição da temperatura corpórea e verificado se há sintomas, como dor de cabeça e dor na garganta.

“Esse foi nosso primeiro treinamento em parceria com a vigilância epidemiológica do município. Segundo dados da Fiocruz, a cada quatro anos, a dengue apresenta ciclos endêmicos e temos que estar sempre atualizados para o manejo clínico dos paciente com aumento dos casos aqui na região”, explica Daniele Teixeira.

Arboviroses – São os vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente mosquitos, mas também pode ser via carrapato ou demais. As três doenças – dengue, Chikungunya e Zyka – são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti e os sinais clínicos são muito parecidos, porém o tratamento deve ser diferenciado. Os sintomas são febre, dores de cabeça, dores nas articulações, enjoo e/ou manchas vermelhas pelo corpo. No entanto, existem alguns sintomas marcantes que as diferem.

Sintomas e alertas – A Zyka costuma se manifestar de maneira branda e o paciente pode, inclusive, estar infectado e não apresentar qualquer sintoma (apenas uma em cada quatro pessoas infectadas apresenta manifestação clínica da doença). Mas um sinal clínico que pode aparecer logo nas primeiras 24 horas e é considerado como uma marca da doença é o rash cutâneo e o prurido, ou seja, manchas vermelhas na pele que provocam intensa coceira. Há, inclusive, relatos de pacientes que têm dificuldade para dormir por conta da intensidade dessas coceiras.

Já a Chikungunya é marcada por fortes dores nas articulações, também chamadas de artralgia. Essas dores podem se manifestar em todas as articulações, principalmente nas palmas dos pés e das mãos, como dedos, tornozelos e pulsos. Em alguns casos, a dor nas articulações é tão forte que chega a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai embora.

O principal sintoma da dengue é a febre alta acompanhada de fortes dores de cabeça (cefaleia). Dores nos olhos, fadiga e intensa dor muscular e óssea também fazem parte do quadro clássico da dengue. Manchas avermelhadas predominantes no tórax e membros superiores também são sintomas, a partir do terceiro dia de febre. Diarreia, vômitos, tosse e congestão nasal podem estar presentes no quadro e comumente levarem à confusão com outras viroses.

Já na ocorrência de dengue hemorrágica a situação torna-se mais complicada. A doença, cuja frequência é mais comum em pacientes que apresentam um segundo episódio de dengue, causa alterações na coagulação do sangue, inflamação difusa dos vasos sanguíneos e trombocitopenia (a queda do número de plaquetas). Devido à queda das plaquetas e à inflamação dos vasos, os pacientes apresentam tendência a sangramentos que não cessam espontaneamente, dor abdominal intensa e contínua; pele fria, úmida e pegajosa; hipotensão (choque); letargia e dificuldade respiratória (derrame pleural ou líquido nos pulmões).

A melhor forma de prevenir estas doenças é a eliminação do vetor. Como não existem vacinas ou medicamentos que impeçam a contaminação, é necessário diminuir a quantidade de mosquitos que circulam nos ambientes. Para isso, é fundamental eliminar os criadouros do Aedes aegypti, que coloca seus ovos em recipientes com água parada. O cuidado para evitar a sua proliferação deve ser feito por todos. Eliminar garrafas, sacos plásticos e pneus velhos que ficam expostos à chuva, além de tampar recipientes que acumulam água como caixas d´agua e piscina, são fundamentais para este controle.

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