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Retaguarda Materna (MA) promove debate sobre violência doméstica e familiar

01/09/2021

Unidade é gerenciada pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES)

Em São Luís (MA), profissionais da Retaguarda Materna Elisabeth Coelho Vaz, unidade gerenciada pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), realizaram roda de conversa com pacientes e acompanhantes para informar e orientar sobre ações de combate à violência doméstica e familiar. A atividade integrou a campanha Agosto Lilás e foi coordenada pela assistente social Rúbia Valle Porto.

Rúbia iniciou o debate, realizado em 30 de agosto, explicando o que define um relacionamento abusivo e as etapas da violência. “A violência contra a mulher é uma das formas mais graves de violação de direitos humanos. Ela começa dentro de um relacionamento amoroso, com a idealização da paixão, e, com o tempo, pequenas atitudes de dominação vão se transformando em ações violentas de abuso psicológico, patrimonial, físico, entre outros, e atinge a toda família”, destacou a assistente social.

Na rotina da unidade de saúde, a assistente social realiza escuta qualificada e também traça um perfil de cada paciente no processo de acolhimento. “Ainda não recebemos nenhuma paciente que foi identificada ou que relatou abuso ou violência, mas estamos sempre atentas na abordagem do comportamento dela, dos acompanhantes, percebendo se há sinais claros de violência e como podemos ajudar”, ressaltou Rúbia Porto.

A roda de conversa também lembrou os 15 anos da Lei Maria da Penha e a importância da mobilização social que a campanha promove. Tanto na identificação dos cinco tipos de violência que estão tipificados por essa legislação – patrimonial, psicológica, física, moral e sexual – e também como formas de fazer a denúncia, que pode ser pela própria vítima ou por uma pessoa anônima. “A gente sempre sugere que toda mulher baixe o aplicativo Salve Maria Maranhão, que é bem rápido de usar, você, o vizinho, qualquer pessoa pode acionar a qualquer hora um carro da polícia no momento da agressão. É muito importante também que possamos ter essa atitude para com qualquer tipo de violência que aconteça perto da gente. Outra forma bem prática de denúncia é pelo whatsapp, no Disque Denúncia, pelo número (98) 99224-8660. A plataforma recebe fotos, vídeos e ligações”, explicou a assistente social.

Leidiane Rodrigues dos Santos, 35 anos, participou do debate. Da cidade de Codó, ela acompanha o filho internado na unidade de saúde. “Essa lei foi muito boa. Já sofri agressão, tem cinco anos que separei do pai dos meus filhos, quando entendi que o que acontecia não era certo. Essa palestra está dando força para mães que ainda estão caladas. Hoje eu não me calo mais”, disse.

Gerson Costa, 35 anos, designer gráfico, também participou do momento. Ele acompanha o tratamento do filho na retaguarda, junto com a esposa Maria Manuele Ferreira Teixeira Costa, 28 anos. “Foi bom ter esclarecimento sobre essa questão das medidas protetivas, que ainda tenho muitas dúvidas”, falou Maria.

As mulheres que denunciam a violência doméstica e familiar podem contar com uma rede de apoio institucional que inclui acompanhamento psicológico, acompanhamento da vigilância da patrulha Maria da Penha a mulheres com medidas protetivas de urgência, encaminhamento para alojamento, oferta de cursos de capacitação profissional para mulheres que precisam de autonomia financeira, entre outros. As Medidas Protetivas de Urgência (MPU) objetivam preservar a integridade física e mental das vítimas de violência doméstica e familiar. Dentre as medidas, destacam-se o afastamento do agressor do lar, o distanciamento do agressor, a proibição de comunicação com a vítima por qualquer meio (celular, redes sociais, etc). O ofensor que descumprir a medida protetiva comete o crime e está sujeito à pena de 3 meses a 2 anos de detenção, para isso a vítima deve comunicar o descumprimento.

 

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