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Casa de Apoio Ninar incentiva expansão de atendimentos a municípios do Maranhão

06/11/2018

Crianças de 82 cidades dos 217 municípios maranhenses já foram atendidas na unidade hospitalar; seis municípios já estão desenvolvendo ações do Ninar

Em julho deste ano, a Casa de Apoio Ninar, unidade sob gestão do Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), completou o primeiro ano de funcionamento e ampliou o atendimento a crianças com problemas de desenvolvimento neuropsicomotor no Maranhão. A municipalização das ações é um dos objetivos da unidade, com meta de alcançar um quarto dos municípios maranhenses no próximo ano.

A unidade atende crianças de todo o estado com síndrome de Down, síndromes raras, paralisia cerebral por anoxia, paralisia cerebral com microcefalia por infecção congênita, incluindo Zika Vírus, rubéola e toxoplasmose. A diretora da Casa de Apoio Ninar, Patrícia Sousa, conta que a expectativa é de que as prefeituras criem espaços de estímulo para as crianças com problemas de neurodesenvolvimento no próprio município e deem continuidade às práticas de reabilitação e apoio familiar desenvolvidas na unidade.

“No projeto inicial já prevíamos ações de municipalização e estamos sempre convidando os agentes das secretarias municipais de saúde para que possam replicar as vivências desenvolvidas na Casa de Apoio, fomentando a criação de espaços de acolhimento, diminuindo o tempo de permanência das famílias na Capital e também pela dificuldade do deslocamento”, explicou Patrícia.

Profissionais que atuam nos Núcleos de Apoio à Saúde da Famílias (NASF’s) de alguns municípios acolheram a proposta e já participam dos ciclos de vivência que acontecem semanalmente. Seis municípios já desenvolvem ações do Ninar: Anajatuba, Buriticupu, Paço do Lumiar, Pedreiras, São José de Ribamar e São Luís. Ao todo, já foram atendidas pela Casa de Apoio crianças de 102 cidades entre as 217 de todo o Estado, incluindo os exames e atendimentos ambulatoriais.

Ciclos de vivência – Toda semana, cerca de 15 a 20 famílias participam na Casa de Apoio dos ‘ciclos de vivência’, que são as diversas etapas de estímulo com nove circuitos sensoriais multidisciplinares. Metade do grupo é de municípios do interior, agrupados por território. 

Nestes encontros são convidados agentes de saúde municipais diversos – assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, fonoaudiólogo ou médico – que, ao final de cada ciclo, são orientados sobre como conduzir as atividades nos municípios. “A nossa expectativa é que estes profissionais possam levar o conceito do ‘cuidar’ para suas cidades, criando pequenos ninhos de apoio. Um dia de acompanhamento no circuito já é o suficiente para reproduzir as atividades de estimulação desenvolvidas na unidade. E não é necessário ter recurso material. O mais importante é o recurso humano e a capacidade de garantir amparo às famílias no autossustento e apoio emocional”, pontuou Patrícia.

Municipalização – Em Buriticupu (a 460 km de São Luís), nove crianças com síndrome congênita do Zika Vírus e microcefalia que não estavam notificadas foram atendidas pela Casa de Apoio, no período de agosto a outubro de 2017. Após a capacitação, servidores da Secretaria Municipal de Saúde montaram um grupo dentro do Centro de Reabilitação em parceria com o NASF do município para dar continuidade às atividades de estímulo.

O grupo cresceu e hoje atende mais de 35 crianças dos municípios do entorno com alguma síndrome congênita, paralisia, microcefalia, hidrocefalia, entre outros casos, como explicou o fisioterapeuta coordenador do Centro de Reabilitação de Buriticupu, Tiago Brito. “Aprendemos muito com a experiência na Casa de Apoio, que mudou a nossa forma de agir. Temos dado continuidade com o tratamento das crianças aqui na cidade realizando o atendimento às quartas-feiras no ambulatório de fisioterapia. Confeccionamos com material reciclado o kit necessário para as atividades de estimulação cumprindo o mesmo ciclo de vivência e mudando a perspectiva de atendimento focada no coletivo, com a participação dos pais e atividades em grupo”, falou.

Acolhimento – Todo o trabalho da Casa de Apoio é estruturado com foco na reestruturação emocional e econômica dos lares, com ações a longo prazo e cuidados que envolvem o acolhimento e empoderamento das mães em um ambiente ressignificado para além da reabilitação das crianças, estimulando a prevenção, a assistência e o empreendedorismo.