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Casa de Apoio Ninar (MA) realiza programação pelo Dia Internacional da Síndrome de Down

21/03/2019

Atividades foram realizadas em três dias e incluíram passeio na orla da praia, piquenique, palestra e uma viagem com imagens da trajetória das famílias

Em alusão ao Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado nesta quinta-feira (21/03), a Casa de Apoio Ninar, em São Luís (MA), organizou uma programação com três dias de atividades para as famílias de crianças com Down atendidas na unidade gerenciada pelo Instituto Acqua e Secretaria de Estado da Saúde (SES).

 
A Casa de Apoio Ninar oferece assistência especializada e acolhimento a crianças com problemas de neurodesenvolvimento e seus familiares. Ao todo, 24 crianças cadastradas participam, semanalmente, com as famílias de um circuito de atividades multidisciplinares, com avaliações médicas, oficinas, palestras, circuito de estimulação multidisciplinar, musicalização infantil e de adulto, arteterapia, dança, entre outras.
 
Valéria Souza, terapeuta ocupacional da unidade, explica que as atividades programadas para marcar a data aliaram diversão com o propósito terapêutico. “A programação começou na terça-feira, com uma experiência na praia, explorando algo diferente e oferecendo sensações diferentes. A maioria das crianças com Down tem alteração sensorial e não têm o hábito de sentir a terra, a água do mar”, explicou.
 
No segundo dia de atividades, as famílias participaram de uma roda de conversa sobre alimentação saudável coordenada pela nutricionista Eulina Trindade Costa, que apresentou os benefícios dos alimentos ricos em neuronutrientes. “A musculatura intestinal das crianças com Down é hipotônica, elas sofrem mais facilmente com a constipação intestinal. Ressaltamos, também, os cuidados com as alergias alimentares, como a lactose e glúten. Apresentei alternativas para substituição desses alimentos”, disse.
 
Após a conversa, todos se reuniram na quadra da unidade para um grande piquenique colocando em prática os conhecimentos adquiridos sobre a importância do alimento, o exercício da musculatura fácil na mastigação, as informações nutricionais e tirando dúvidas sobre como preparar a comida com funcionalidade e valor nutricional.
 
A programação finalizou com uma emocionante ‘viagem à Holanda’, conduzida pela psicóloga da unidade, Adriana Pacífico. Com imagens da trajetória das famílias de crianças com Down na Casa de Apoio, a dinâmica trouxe para reflexão a experiência de ser surpreendido com um destino inesperado após ter planejado uma viagem, uma metáfora para a gestação das mães atendidas.
 
Thaís Aline Santos Araújo, mãe de Bernardo Santos Alves, de 1 ano e 4 meses, chegou à unidade quando o filho tinha 7 meses de idade. “De lá pra cá, o desenvolvimento dele foi impressionante. A cada retorno dele de três em três meses ele tem uma evolução muito boa. Ver as fotos de cada etapa é sentir muito orgulho de fazer parte dessa história”, falou.
 
“Eu tenho uma tia com síndrome de Down e minha avó tinha receio do que poderia ouvir das pessoas sobre ele. Com meu filho já é diferente, até porque o preconceito nunca passou pela minha cabeça. Eu explico para todo mundo sobre a deficiência intelectual que nos exige um cuidado e estímulo maior com meu filho, conscientizando todo mundo que a síndrome de Down é normal, é amor”, acrescentou Thaís.
 
A atividade de encerramento trouxe a memória de afeto entre as famílias atendidas na unidade e os profissionais. “Sou mãe de dois filhos e a gente se emociona muito com a histórias das mães. Cada família se planejou de um modo diferente e elas nos ensinam também sobre esse acolhimento na vida”, finalizou a neuropsicopedagoga da unidade, Aline Nogueira.
 
Sobre a data – O Dia Internacional da Síndrome de Down tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a inclusão e promover a discussão de alternativas para aumentar a visibilidade social das pessoas com Síndrome de Down.
 
A síndrome não é uma doença, e sim uma falha genética, que acontece na divisão celular do óvulo, que resulta em um par a mais no cromossomo 21, chamada trissomia.
 
No Brasil, existem aproximadamente 300 mil pessoas com Síndrome de Down, segundo dados do IBGE. A inclusão dessas pessoas na vida escolar e profissional aumenta sua possibilidade de desenvolvimento, além de reforçar para sociedade a necessidade de respeito às diferenças, quaisquer que sejam.