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Pais comemoram evolução dos filhos em tratamento no Ninar

18/05/2018

Em dois anos de funcionamento, unidade é referência nacional no tratamento da microcefalia e síndromes raras

Depois de balbuciar as primeiras palavras com 1 ano e 2 meses de vida, Enzo Ribeiro ficou em silêncio. A pausa chegou até os três anos de idade e intrigou os pais, que também observaram que a criança começou a andar na ponta dos pés, enfileirar brinquedos, evitar contato visual e fechar os ouvidos com as mãos. Hoje, com quatro anos, Enzo fala, estuda, anda, brinca e interage normalmente com as pessoas.

Enzo é um dos muitos casos de resposta bem-sucedida ao tratamento especializado oferecido pelo Centro de Referência em Neurodesenvolvimento, Assistência e Reabilitação de Crianças (Ninar), em São Luís (MA), gerenciado pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão (SES).

“Percebemos as mudanças, mas a família não aceitava a possibilidade de algum transtorno, até que um dia um amigo alertou e nos convenceu a buscar ajuda especializada. Assim, chegamos ao Ninar e tudo mudou. Ele foi diagnosticado com autismo de espectro leve”, explicou a mãe, Milena Ribeiro.

Após iniciar o tratamento, em apenas três meses de atendimento multiprofissional, a criança voltou a falar e estabelecer contato visual. “As palavras ainda eram soltas, mas em pouco tempo formou a frase ‘me dá um pirulito’. Foi um momento de muita felicidade, e isso é reflexo de todo o empenho da equipe de profissionais que o atendem. Fiquei surpresa com o alto nível dos serviços oferecidos por uma unidade pública”, ressaltou Milena.

Maísa Mendes, atualmente com 2 anos e 8 meses, também surpreendeu a família com o progresso rápido após o tratamento. Os pais explicam que o diagnóstico foi demorado, porque os profissionais aos quais recorreram inicialmente não identificaram que ela tinha microcefalia. “No acompanhamento, o perímetro craniano era apontado como normal, mas ela não fazia os movimentos comuns de uma criança. Não se virava, não se inclinava para mudar do colo de uma pessoa para a outra. Então, por indicação, recorremos ao Centro de Referência”, relatou a mãe de Maísa, Érica Mendes.

Os primeiros exames realizados pelo Ninar mostraram alterações e confirmaram que Maísa entrava para as estatísticas de microcefalia no Brasil. O tratamento teve início aos 7 meses de vida da criança. Quando completou 1 ano e 9 meses, ela já sentava e engatinhava. Hoje, a mãe se emociona ao dizer que sua pequena senta e começa a andar. “Ela anda de lado, mas a seu modo, e isso é um grande avanço. Com a competência dos profissionais e carinho que recebemos do Ninar e da Casa de Apoio confiamos que ela vai melhorar cada vez mais”, comemora Érica.

Ousadia e comprometimento – Inaugurado em 2016, o Ninar surgiu com uma proposta inovadora e ousada. Com sua oferta de serviços à população maranhense, houve a ampliação de atendimentos especializados, imprimindo esperança em uma nova página da saúde pública no Maranhão.

O Ninar oferece tratamento especializado às crianças de zero a sete anos com doenças neurológicas como microcefalia, hidrocefalia, Síndrome de Down, epilepsia e paralisias cerebrais, entre outras. A unidade dispõe de equipes multidisciplinares e espaços adequados para atendimento e reabilitação.

“Nós percebemos a dimensão da expansão de cuidados. O projeto surgiu voltado para crianças egressas da UTI neonatal do Hospital Infantil Dr. Juvêncio Mattos. Há dois anos, com a catástrofe da Síndrome Congênita do Zika Vírus, entendemos que precisaríamos de um local para os cuidados com essas crianças, e foi aí que surgiu o projeto Ninar, como Centro de Referência e, um ano depois, foi criada a Casa de Apoio. O mais importante foi perceber que tínhamos capacidade de ofertar tudo isso, com qualidade e equipe extremamente capacitada, por meio do Sistema Único de Saúde”, concluiu a neuropediatra e diretora do projeto Ninar, Patrícia Sousa.