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Prevenção à hanseníase é tema de palestras em unidades de saúde gerenciadas pelo Acqua

24/01/2019

Atividades conscientizaram profissionais de saúde sobre aspectos clínicos e formas de prevenção à doença

Profissionais do Complexo Hospitalar Materno-Infantil Dr. Juvêncio Mattos e do Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM) participaram, na última quarta-feira (23/01), em São Luís (MA), de palestra sobre aspectos clínicos da hanseníase com o objetivo de orientar a identificação dos casos e formas de tratamento. A atividade foi realizada nas duas unidades gerenciadas pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) e integrou a campanha Janeiro Roxo de prevenção à doença no estado.

Em 2018 foram notificados 3.079 casos novos de hanseníase no Maranhão e 650 deles em São Luís. A campanha visa alertar para o diagnóstico precoce da doença e adesão ao tratamento como estratégia para interromper a cadeia de transmissão, reduzindo o quantitativo de casos. Entre os profissionais de saúde, ainda existe muita desinformação sobre o procedimento no atendimento, como explicou Shirley Priscila, coordenadora do Programa de Hanseníase do Hospital Aquiles Lisboa.

“Não existe nenhum caso de enfermeiro ou profissional de saúde que foi infectado ao atender um paciente com hanseníase. A prevenção e cumprimento aos protocolos de atendimento são estratégias eficazes na redução da cadeia de transmissão da doença”, explicou Shirley.

A hanseníase é considerada uma doença crônica e infectocontagiosa, causada por um bacilo que infecta a pele e os nervos periféricos. O diagnóstico é feito pelo histórico da evolução da lesão e pelo exame físico. Os principais sintomas são manchas avermelhadas, esbranquiçadas ou amarronzadas no corpo, com diminuição ou perda de sensibilidade ao calor, ao tato e à dor; caroços avermelhados, às vezes doloridos; sensação de choque com fisgadas ao longo dos braços e pernas; áreas com diminuição de pelos e suor; e o engrossamento do nervo que passa pelo cotovelo, levando a uma perda da força do quinto dedo da mão.

A médica Maíra Carvalho, da equipe do hospital Aquiles Lisboa, explica que existem tipos diferentes de hanseníase, como a paucibacilar (com pouco bacilos) e multibacilar (com muitos bacilos), e o tratamento pode variar de 9 meses a 1 ano e meio, dependendo do caso clínico. Existem muitos casos recentes de crianças com hanseníase, o que significa que elas estão em contato com adultos infectados que não sabem da doença. O período de incubação pode durar de seis meses a seis anos e a doença é tratável nas unidades de atenção básica, com acesso gratuito.

“Um dos mitos é dizer que hanseníase não tem cura ou que a pessoa deve ficar separada do convívio familiar. O método de tratamento antigo era bem diferente de hoje. A partir do início da medicação o paciente já não transmite mais a doença”, explicou Maíra.

A campanha sugere a população a orientar que familiares e pessoas próximas a alguém infectado procure uma Unidade Básica de Saúde para avaliação. A doença ainda causa estigma e preconceito e é devidamente tratada e tem cura. Aos pacientes em tratamento, que é longo, mas eficaz se não for interrompido, não desistir do tratamento, que é uma garantia de não-transmissão, e àqueles que convivem com portadores de hanseníase não afastarem o enfermo do convívio social.