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Ambulatório de fisioterapia do Himaba (ES) amplia espaço para atendimento

30/05/2022

Hospital infantil de Vila Velha é a única instituição do Estado a realizar acompanhamento ambulatorial de crianças após alta hospitalar. Serviço é ofertado para três demandas: pacientes da terceira etapa do método canguru, em tratamento de anquiloglossia e desenvolvimento neuropsicomotor crônico

Único hospital do Espírito Santo a oferecer acompanhamento ambulatorial de fisioterapia para crianças após alta hospitalar, o Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), localizado em Vila Velha, e gerenciado pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Saúde da Estado (Sesa), ampliou recentemente o espaço para atendimento, iniciado em dezembro de 2021. Por conta da alta demanda, o serviço, que antes era realizado em sala compartilhada no Banco de Leite Humano da instituição, foi transferido para ambiente reservado e exclusivo para a prática. O serviço é ofertado para três demandas de pacientes: da terceira etapa do canguru, em tratamento de anquiloglossia (popularmente chamado de “língua presa”), com avaliação e monitoramento, e desenvolvimento neuropsicomotor crônico. Todos estiveram em internação na unidade de saúde e foram encaminhados por especialistas médicos ou multidisciplinares locais.

Atualmente, a atividade está sob os cuidados da fisioterapeuta Andrea Kerckhoff dos Santos, que atua às segundas e quartas, das 7h às 19h, e sextas das 7h às 13h. O espaço, que antes era destinado à classe hospitalar da instituição, possui ambientação infantil, TV, bola suíça, colchonetes e tatame para os exercícios. Em breve, além de novas unidades destes materiais, a equipe ainda terá à disposição: gaiola de habilidades com suspensório, bancos e rolos terapêuticos e brinquedos para estímulo motor.

“Esse é um trabalho de assistência muito importante, pois as atividades pós-alta têm uma influência imprescindível no desenvolvimento destas crianças e na qualidade de vida que terão com o passar dos anos. Contar com o engajamento dos pais neste processo é fundamental, afinal, o progresso só é contínuo se houver a combinação de consultório e casa. Por exemplo: aqui, ensinamos exercícios e o passo a passo da rotina de cuidados que devem ser adotados. Cabe a eles, no dia a dia, aplicar isso ao lado dos filhos. Quanto maior a prática, melhor o resultado”, explica Andrea.

A supervisora do setor de fisioterapia do Himaba, Priscila Dutra, revela que em 5 meses de atuação foram realizados aproximadamente 600 atendimentos, sendo 35% dos atendimentos de bebês provenientes da terceira etapa do canguru, 35% de anquiloglossia, 25% para desenvolvimento neuropsicomotor e 5% de outros casos. “A expectativa é de que, com a oferta de um espaço mais amplo e exclusivo para esse follow up, o acompanhamento também cresça e possa acolher tanto pacientes cardíacos, ortopédicos e com síndromes respiratórias, quanto crianças encaminhadas de outras unidades de saúde. Como projeto futuro, estamos analisando a contratação de mais profissionais para atuação no serviço”.

Foi em parceria com a direção do Hospital infantil de Vila Velha que a expansão se tornou realidade. O diretor-geral da instituição, Fabio Diehl, reforça que essa é parte das ações de melhoria destinadas ao ambulatório da unidade hospitalar, que em breve ganhará área de vivência externa. “Ao passo em que o atendimento é ampliado, devemos oferecer uma estrutura compatível com esse crescimento. Como um serviço inédito no Estado, devemos trabalhar não só para mantê-lo, mas para torná-lo de excelência em seus mínimos detalhes. É fundamental que essas crianças sejam acolhidas não só durante sua internação no Himaba, como também em seu retorno. Queremos fazer parte desse crescimento em cada fase”, pontua.

Qualidade de vida para crianças e familiares – Ao realizar o teste da linguinha ainda nos primeiros dias de vida, João Silva Moraes, de 6 meses de idade, foi diagnosticado com anquiloglossia. Encaminhado pelo pediatra, passou a ser acompanhado pela equipe multidisciplinar do Banco de Leite Humano do Himaba. Há 5 meses e meio, o pequeno passa por avaliação e monitoramento da fisioterapeuta Andrea. Entre as táticas utilizadas pela profissional estão manipulação, relaxamento, ofurô, bandagem elástica, compressa de calor e exercícios do desenvolvimento.

A mãe de João, Maria Silva, reforça o sentimento de gratidão que tem por toda a equipe do hospital. “Inicialmente, fui orientada a procurar o Banco de Leite do Himaba, local que já visitava por ser doadora de leite. No entanto, contar com esse suporte para o meu filho, foi uma grata surpresa pelo acolhimento e competência de cada uma das profissionais que se dedicam a cuidar do João. Durante todo esse período, observei muitas mudanças positivas nele e só tenho a agradecer. Tudo isso tem impactado na qualidade de vida e no bem-estar dele e, nada melhor para uma mãe, do que acompanhar esse progresso”, comemorou.

Jussara Souza Ferreira, mãe de Guilherme Pereira Rocha, de 1 ano e 6 meses, também comemora os resultados satisfatórios do filho após 4 meses de acompanhamento fisioterapêutico. Nascido de 28 semanas na Maternidade de Cobilândia e encaminhado para o Himaba, onde permaneceu internado por 1 mês e 5 dias entre UTI Neonatal e Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (UCINCa), Guilherme foi diagnosticado com paralisia cerebral, o que interfere em seu desenvolvimento neuropsicomotor. O pequeno realiza 2 sessões de fisioterapia por semana e, de acordo com a responsável, já garante a sustentação do pescoço e mantém o foco em algumas atividades, o que não conseguia executar antes.

Já Maria Luar Fernandes Martins tem sua história registrada como uma das mais marcantes do Himaba. É uma bebê conhecida por ter lutado bravamente pela vida. Prematura extrema, nascida após 24,1 semanas de gestação e pesando apenas 476 gramas, a “guerreirinha” esteve 109 dias internada entre a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) e a Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINCa). Maria se mantém firme e forte, sob os olhares atentos (e carinhosos) da mamãe Rosania Fernandes de Almeida. A alta hospitalar aconteceu no dia 06 de maio e, desde então, ela já passou por 4 sessões de fisioterapia, sendo uma por semana. “Quando saímos, ela tinha dificuldade em levantar a cabecinha, agora já consegue. Cria força nas mãozinhas para levantar o peito e a cabeça. É uma evolução constante e possível graças ao acompanhamento feito pela Andrea”, pontua.

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