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Após passar por cesárea de alto risco e tratar Covid-19, paciente tem alta da Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão

26/05/2020

Adriana Sá Silva permaneceu 17 dias na UTI Materna e respirando com ajuda de aparelhos; na última sexta-feira (22/05) ela teve alta médica e agradeceu o empenho das equipes da MACMA

Em período de pandemia, a vida dá mais um sinal de sua força. A história de luta e recuperação da mãe de primeira viagem Adriana Sá Silva, 30 anos, é daquelas que enchem de esperança. Ela permaneceu 17 dias sedada na Unidade de Terapia Intensiva Materna (UTI) da Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão (MACMA), em São Luís, após cesariana de alto risco e tratamento contra a Covid-19. Após o parto, a jovem foi encaminhada para a UTI Materna. Ayla Beatriz, filha de Adriana, passa bem e segue sob os cuidados da família. Adriana Sá teve alta médica na última sexta-feira (22/05). Ao lado do marido, Mateus dos Santos Martins, ela agradeceu o atendimento das equipes. A alta foi festejada com aplausos e sorrisos. A maternidade é gerenciada pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES).

“Não tenho nada a reclamar. Só tenho a agradecer. As enfermeiras, os médicos, a coordenação da UTI foram todos ótimos. Quatro dias após acordar consegui levantar, andar, sentar e sair da cama. A equipe foi maravilhosa e preciso também agradecer a Deus que capacitou cada um deles. Se não fosse esse empenho, eu não estaria aqui contando minha história”, relatou emocionada.

Adriana foi admitida na unidade de saúde em (02/05) com oito meses de gestação. Ela relata que sentiu forte desconforto na região da garganta e que decidiu procurar atendimento médico. Após ser medicada e retornar para casa, os sintomas persistiram e ela decidiu retornar ao hospital. Para os médicos, era um dos sintomas da Covid-19. Com a piora do quadro clínico e com resultados dos exames, foi informada que era necessária a realização de cesariana de urgência.

No Centro Cirúrgico, Adriana teve complicações no momento do parto. Os rins apresentaram problemas, os pulmões pararam. Era necessário que Ayla nascesse e o tratamento contra a Covid-19, que já se apresentava, continuasse. Do Centro Cirúrgico, Adriana foi direto para UTI Materna. No local, as equipes de enfermeiros e médicos intensivistas já aguardavam a paciente. A UTI Materna dispõe de profissionais treinados e qualificados para intervir em cenários com quadros clínicos que necessitam de tratamento e cuidados intensivos.

A luta pela vida ganhava um novo capítulo. Adriana permaneceu com ventilação mecânica durante 13 dias na UTI. A equipe médica lutava diariamente para salvá-la. O coordenador-médico da UTI Materna, Carlos Antônio Coimbra Sousa, lembrou que a ação conjunta da equipe multiprofissional e a rotina de cuidado organizado realizado na UTI Materna têm reflexos positivos no tratamento das pacientes.

“Tivemos um período de gravidade durante o desenvolvimento da doença. Foi necessário sedação e neurobloqueio, a paciente ficou em ventilação mecânica durante todo o período da intensidade. Cada alta que damos é uma grande vitória. Significa que tudo funcionou muito bem: a UTI, o suporte medicamentoso e a equipe multiprofissional. Nosso caminho é sempre pela ciência”, pontuou Carlos Antônio, médico intensivista.

Rotina – A ginecologista e obstetra Natália Couto dos Santos detalhou como era a rotina durante o tratamento de Adriana. “Todos os dias passamos a visita e temos a rotina da obstetrícia junto à médica intensivista para fazer ajustes das medicações. A assistência da medicina intensiva é gradual, vem desde atendimento inicial, de admissão diferenciada com a inserção significativa de conhecimento obstétrico. Temos sempre que pensar no binômio materno-fetal ao receber as gestantes de alto risco”, detalhou a especialista em medicina fetal.

Acompanhamento – A equipe formada por ginecologista e obstetras, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e nutricionistas realizam o Round Multiprofissional – acompanhamento diário da paciente que busca melhora clínica.

“Realizamos o round em torno de uma hora, dependendo de cada grau do paciente. A equipe se reúne beira-leito e cada profissional se manifesta sobre o quadro clínico da paciente e discutimos a melhor conduta a ser feita naquele momento. É feito um plano terapêutico para as próximas 24 horas e no dia seguinte reavaliamos se deu positivo ou se precisa ser reajustada alguma conduta. Além destes profissionais, a Psicologia e o Serviço Social ficam dando apoio na retaguarda para auxiliar quando necessário”, explicou o enfermeiro Clemilson Ferreira de Sousa, supervisor de enfermagem da UTI Materna.

Sorrisos – No momento em que deixava a UTI, as equipes prepararam uma surpresa para Adriana. Sob aplausos e sorrisos, ela teve alta da Unidade de Terapia Intensiva e completou o atendimento no Alojamento Conjunto (Alcon) da maternidade. No Alcon, ela tinha a presença de um acompanhante e concluiu o tratamento para a alta.

Reencontro – Ela lembra que ao ver o marido Mateus ficou bastante emocionada. “Meu coração quase saiu pela boca quando vi o meu marido e minha irmã. Eu os olhei de longe. Não esperava que os dois estivessem aqui. Ganhei uma rosa”, lembrou.

Ao sair do hospital, Mateus dos Santos Martins, marido de Adriana, agradeceu o tratamento que esposa e filha tiveram na MACMA. “Essa luta foi bem dolorosa para toda a família, especialmente para mim, pois como só faltava um mês para o ciclo da gravidez terminar foi um impacto grande. O tratamento da minha esposa foi de outro mundo. Foi um tratamento especial. Havia preocupação em sempre passar notícias, uma vez que não podíamos ter contato por conta da Covid-19”, finalizou.

 

 

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