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Aula inaugural marca abertura do ambulatório de cuidados paliativos no Hospital Dr. Carlos Macieira (MA)

18/09/2020

Serviço é oferecido a pacientes e familiares em caso de doença grave ou ameaçadora da vida; hospital é gerenciado pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES)

Na manhã desta sexta-feira (18/09), profissionais do Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM), em São Luís (MA) participaram de aula inaugural sobre critérios, indicações e fluxo a pacientes com cuidados paliativos atendidos na unidade de saúde. A atividade marcou a abertura do ambulatório especializado para esse tipo de assistência.

Gerenciado pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), o hospital estadual é referência em atendimento de alta complexidade. Dez pacientes seguem atualmente incluídos no tratamento com assistência paliativista em fases diferentes. A aula inaugural foi proferida pelo médico Ricardo Medeiros, especialista em Cuidados Paliativos pelo Instituto Paliar.

O profissional apresentou os princípios que norteiam o atendimento paliativista, que tem como foco o paciente enquanto sujeito de direitos e uma assistência em saúde compartilhada entre a família e a equipe multiprofissional. “Toda etapa de atendimento em cuidados paliativos é horizontal, cada tomada de decisão é feita em conjunto e o paciente precisa ser primeiro informado e depois ficar esclarecido, consciente de cada processo”, explicou Ricardo Medeiros.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o cuidado paliativo é uma abordagem que promove a qualidade de vida dos pacientes (adultos e crianças) e seus familiares que enfrentam doenças que ameaçam a vida. Previne e alivia o sofrimento por meio da identificação precoce, avaliação  correta e tratamento da dor e outros problemas físicos, psicossociais e espirituais. “O sofrimento espiritual como conceito mais amplo que o da religião, respeitando aquilo que a pessoa considera como sagrado, divino”, ressaltou o médico.

Ricardo Medeiros pontuou ainda que a abordagem paliativista é um cuidado pleno, que respeita a dignidade, integridade e vulnerabilidade das pessoas, mas que não deve ser entendido como ‘tomar conta’ do paciente. É saber o que o ele precisa, a funcionalidade do seu corpo e entender o que deseja no fim da vida.

Entre os princípios do cuidado paliativo estão a promoção do alívio da dor e outros sintomas desagradáveis, prevenção da ocorrência de novos problemas, melhoria da qualidade de vida, integração dos aspectos psicossociais e espirituais no cuidado do paciente, oferta de suporte multiprofissional e acompanhamento no luto, considerar o processo natural da morte, lidar com medos, expectativas, necessidades e esperanças dos pacientes, preparar o paciente para a autodeterminação no manejo do final da vida.

“É muito importante considerar que o paciente tem uma biografia, uma história de vida, e toda assistência paliativista considera essa condição do sujeito definidora de todo atendimento, na identificação do paciente até sua própria autonomia sobre o tratamento”, finalizou Medeiros.

Ambulatório paliativo – O serviço funcionará inicialmente em uma sala instalada no hospital para atendimento a familiares dos pacientes internados. A médica Vanise da Mota oferece atendimento aos pacientes, às terças e sextas, e, de segunda a sexta, a sala funciona com atendimentos de enfermagem.

A próxima etapa é a regulação de leitos e ampliação de equipe profissional multidisciplinar para essa assistência. Uma comissão foi criada para sistematizar o serviço. As aulas acontecerão mensalmente no hospital, como proposta de educação continuada. Em outubro, o tema da ação abordará os cuidados de enfermagem com paciente em sistema paliativo e o fluxo que será implantado no hospital.

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