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Casa de Apoio Ninar (MA) ensina à distância famílias de crianças atendidas

13/04/2020

Com ajuda da tecnologia, profissionais da unidade administrada pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) do Maranhão apresentam conhecimentos nutricionais, culinária, terapia ocupacional, fisioterapia e musicalização

 

Diversas medidas preventivas são adotadas para conter o avanço da pandemia de Covid-19. Além das ações sanitárias, empresas e famílias têm reinventado formas de se manter ativas nesse período. No Maranhão, os profissionais da Casa de Apoio Ninar, em São Luís, decidiram usar a tecnologia para reforçar os laços com as famílias atendidas, além de criar um espaço de aconselhamento à distância ajudando mães, pais e responsáveis nos cuidados com as crianças nesse período de isolamento social.

Administrada pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), a Casa de Apoio Ninar é referência no atendimento a crianças com Síndrome de Down, síndromes raras, paralisia cerebral por anoxia, paralisia cerebral com microcefalia por infecção congênita, incluindo Zyka Vírus, rubéola e toxoplasmose. Videoaulas e a criação do Manual Ninar contendo orientações às famílias de crianças com distúrbios do desenvolvimento Neuropsicomotor foram os caminhos escolhidos pelos profissionais. Os atendimentos à distância seguem as recomendações dos Conselhos de Classe, que por conta da pandemia liberaram o atendimento on-line em diversas especialidades.

A diretora-administrativa da Casa de Apoio Ninar, Ana Caroline Arnaud, explicou como surgiu a ideia das videoaulas e da criação de um manual. “Surgiu da necessidade de mantermos nosso apoio e cuidado às famílias de crianças com distúrbios do desenvolvimento que participam do circuito da Casa Ninar e do ambulatório, nesse período de pandemia. Então, nosso principal objetivo é manter o acolhimento e cuidado mesmo à distância”, pontuou.

Em vídeo – Com a utilização de recursos tecnológicos, os profissionais que atuam no aparelho de saúde encontraram um jeito de continuar ofertando carinho e amor – pilares no atendimento da Casa de Apoio – ainda que seja pelas telas do celular ou computador. Com atendimentos semanais, os profissionais realizam videoaulas. No início dessa semana, a nutricionista Eulina Trindade Costa; o chefe de cozinha Carlos Matos, e o educador musical Paulo Santos Cardoso, realizaram videoaula com as mães de crianças atendidas pelo projeto dando dicas de culinária, formas de relação com os filhos reforçando a maternagem, além de dicas de educação musical, entre outros temas.

“Mudou apenas a modalidade, mas a eficácia do atendimento não. É a mesma qualidade como se fosse presencial. Na realização do vídeo abordamos orientações nutricionais, alimentos que ajudam a fortalecer o sistema imunológico e respiratório, higienização e manipulação dos alimentos”, detalhou a nutricionista do atendimento ambulatorial nutrição-clínica e da Cozinha Amiga, Eulina Costa.

Além da nutricionista, o chefe de cozinha Carlos Matos deu dicas para as mães na preparação de um risoto de frango. A ideia era criar virtualmente o mesmo ambiente de dedicação quando realizado presencialmente durante a Cozinha Amiga, uma das atividades que integra o circuito de atendimento semanal às famílias.

 Musicalização – Além da Cozinha Amiga, a atividade de Educação Musical para as famílias também esteve presente na troca virtual de experiência com as famílias. “Fiz chamadas de áudio em um primeiro momento, em que as mães me informavam a situação de saúde da criança em casa. Compartilhei com elas músicas de um repertório que já utilizo nas atividades presenciais. Também enviei um vídeo que ensina o passo a passo da construção da castanhola, utilizando material reciclável. Por fim, finalizamos com videoconferência, com as crianças no colo dos pais e eu do outro lado cantando e manipulando instrumentos. Foi bem divertido e prazeroso”, comentou o educador musical, Paulo Santos.

Ele lembra que o repertório possui mais de 30 músicas, entre as quais, ‘Plim plim plim’ (Paulo Santos), ‘Alô alô, como vai’ (Grupo Tiquequê), ‘Quem vem lá’ (Margareth Darezzo), ‘Bolinha de sabão’ (Palavra Cantada), ‘Aah tá tá, Osquindolelê’ (Cancioneiro do Brasil), ‘Lá vem’ (Enny Parejo).

Manual Ninar – Outro método adotado foi a partir do manual de orientações às famílias de crianças com distúrbios do desenvolvimento Neuropsicomotor. O documento engloba atividades dos setores da fisioterapia e terapia ocupacional, musicalização para a família, fonoaudiologia e culinária.

De forma didática, ilustrada com imagens e muito compreensível, o manual traz explicações e caminhos para as famílias aplicarem em suas residências durante o período de pandemia. Na introdução, o documento lembra: “É por meio do brincar e das brincadeiras com o próprio corpo, com o corpo do outro e com os objetos, que a criança vai desenvolvendo seu repertório motor, sensorial, cognitivo, social e emocional. A interação entre pais e filhos é essencial para que ambos avancem nas possíveis etapas deste processo e na criação de vínculo”.

Para tornar o ambiente familiar estimulador é importante aproveitar cada troca de posição e roupa, oferta de brinquedos e banho. As orientações impulsionam os pais a utilizar estímulos verbais e táteis com a criança. Sempre que possível, recorda o documento, é importante deixar a criança participar da rotina da família.

O Manual Ninar é composto ainda por receitas. Em cada, as famílias têm acesso às informações nutricionais de cada alimento e os benefícios para a criança.

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