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Depressão Pós-Parto é tema de palestra promovida pela Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão

13/07/2019

Palestra abordou aspectos da assistência em saúde mental direcionada para gestantes com depressão pós-parto

A Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão (MACMA), de São Luís (MA), realizou na tarde de quinta-feira (11/07) palestra “Como prevenir e tratar a depressão pós-parto” direcionada para os profissionais da unidade de saúde gerenciada pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) do Maranhão.

O psicólogo e especialista em saúde mental, Jean Carlos Neres Aguiar, foi convidado pela maternidade e abordou aspectos relacionados sobre o que é esse tipo de doença mental e como os profissionais podem desenvolver melhor assistência em saúde a pacientes com o diagnóstico da doença.

“Até recentemente a doença era caracterizada como evento depressivo após o parto. A literatura científica está mudando e, hoje, os especialistas incluem o período da gravidez e a terminologia passará a se chamar depressão perinatal”, disse Jean Carlos.

Jean estudou o tema da depressão pós-parto na pós-graduação em Saúde Mental, promove assistência em saúde mental e coordena atualmente um grupo de estudos com acadêmicos da Universidade Federal do Maranhão como preceptor dos alunos que analisam os casos com abordagem multidisciplinar. Dados trazidos pelo pesquisador afirmam que 20% das mulheres no Brasil têm a doença. Ele orienta que qualquer profissional de saúde pode e deve ter atenção aos sinais da depressão.

“Existe a diferença no campo da psicologia entre sinais e sintomas, que é fundamental para garantir a prevenção de episódios de depressão. Sinais são aqueles com os quais o profissional percebe que o indivíduo está demonstrando. Os sintomas são o que ele diz sentir”, explicou o especialista.

Desânimo total, expectativa exacerbada no cuidado com o recém-nascido, medo e choro fácil podem ser sinais de que a paciente precisa de ajuda e observação de um psicólogo. Segundo Jean, é comum as gestantes demonstrarem tristeza no período pós-parto. “É uma melancolia natural que pode durar até 20 dias. O que diferencia para a depressão é o impacto e a intensidade dessa tristeza”, pontuou.

Prevenção – Durante a gravidez a gestante passa pelo aumento e oscilação da produção de hormônios, especialmente do estrógeno e da progesterona. Após o parto há uma queda brusca desses hormônios que pode contribuir no desequilíbrio emocional da gestante. Cerca de 80% das gestantes podem ter os sintomas de tristeza no pós-parto e que interfere na produção do leite pela queda do hormônio da prolactina.

O psicólogo Jean Carlos orienta ainda que é possível ter uma gestação com qualidade de vida e que é possível prevenir um evento de depressão pós-parto. Ele sugere avaliar o histórico de depressão na família da gestante e, durante o pré-natal, que as grávidas procurem orientação psicológica para resolver questões emocionais com melhor qualidade.

“Psicologia não é autoajuda. Precisamos compreender a subjetividade das pacientes e outros fatores associados. Inclusive a doença pode acometer os homens também por conta da preocupação com a capacidade de educar um recém-nascido”, finalizou.

 

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