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Em 3 meses de internação, paciente vence a Covid-19 e tem parto na Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão

28/07/2020

Recuperação da paciente impressionou médicos; a unidade é gerenciada pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES)

No leito 27 da enfermaria da Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão, a MACMA, localizada na capital, o sorriso de Mônica Regina Melo Gomes, 28 anos, era de expectativa pela alta hospitalar – que ocorreu no último sábado (25/07). Após 95 dias de internação, a paciente entrou para a lista de recuperados da Covid-19, com felicidade dupla: mãe e filha salvas após tratamento na unidade de saúde.

Mônica Gomes saiu de Cândido Mendes regulada por uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para atendimento na maternidade de São Luís, após sintomas gripais. A MACMA, gerenciada pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), é referência no estado em atendimento materno-infantil a pacientes graves e, com a pandemia, ampliou o tratamento para gestantes com o novo coronavírus.

Entregue aos cuidados da equipe assistencial da maternidade, a paciente fechou os olhos e foi induzida ao coma medicamentoso dentro da UTI materna. “Quando abri os olhos soube que estive muito mal, que tinha sido entubada. Foram me contando aos poucos, e que minha filha estava bem. Não consigo lembrar tudo o que aconteceu”, disse Mônica.

A mãe da paciente, Marinete de Melo, é quem recorda à filha a luta pela vida. “Foi um momento de muito pedido. Fiz uma promessa. Fui ao espelho e comecei a chorar, pedindo a Deus que se minha filha voltasse eu iria entregar meu cabelo em promessa. Acreditava bastante nos médicos que diziam que ela era forte, uma guerreira. Temos muita fé em Deus. A gente não quer perder um filho”, contou.

Mônica ocupou um dos 7 leitos de UTI que haviam sido implantados para tratamento de pacientes com a Covid-19. Ela foi submetida a uma cesariana após dois dias de internação, como explica o diretor-clínico da maternidade e ginecologista-obstetra, Cleimilson Silva.
“Inicialmente tentamos não interromper a gravidez devido a prematuridade. Buscamos tratar o quadro respiratório e manter a gestação. Como a paciente não apresentava sinais de melhora, temendo pela perda do bebê, optamos juntamente com a equipe de UTI por realizar a cesariana”, explicou o médico.
Lara Lis Melo Gomes, filha de Mônica, nasceu de 32 semanas, pesando 1,525 kg e com estatura de 85 cm, às 11h03 de 19 de maio. Ela seguiu bem o tratamento, porém, a mãe teve complicações da Covid-19. “O quadro respiratório dela se agravou. Uma hipoxemia severa se instalou, apesar de todo o tratamento. Como foi uma paciente de longa permanência, ela passou por todas as etapas dos tratamentos clínicos sugeridos pela comunidade científica. Achávamos que se ela sobrevivesse conviveria com sequelas neurológicas e atrofia muscular”, ressaltou o obstetra.
O tratamento multidisciplinar foi importante na recuperação de Mônica. Lentamente ela começou a reagir e dar sinais de evolução clínica. O processo de extubação, pronação e fisioterapia garantiram a recuperação pulmonar, muscular e neurológica.

Mônica Gomes também considera sua recuperação um milagre. “Fui para o hospital com sintomas de uma gripe normal, dor na garganta, tosse e resfriado até testar positivo para Covid-19. Pensaram que eu não ia sobreviver e ficaram muito felizes quando acordei. Entendo que foi um milagre. Estou muito agradecida a toda equipe que cuidou muito bem de mim”, comentou.

Estrutura Covid-19 – A Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão continua com atendimentos a pacientes gestantes que testam positivo para o novo coronavírus. “A maternidade teve que se adequar acompanhando a demanda que veio com o surto do coronavírus. Rapidamente ampliamos em 7 leitos de UTI o tratamento de pacientes com a doença, com ocupação total. Contamos com um leito reservado para algum caso grave na UTI e mais 12 leitos de retaguarda em nossa enfermaria”, concluiu Cleimilson Silva.

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