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Heróis invisíveis: como colaboradores do Hospital Regional de Ponta Porã (MS) alteraram rotina para enfrentar a Covid-19

12/05/2020

Profissionais da unidade hospitalar, apesar de não atuar na linha de frente, passaram por mudanças importantes para evitar a disseminação do vírus e contaminação própria e de familiares

Desde fevereiro de 2020 o Hospital Regional Dr. José de Simone Netto, em Ponta Porã (MS), tem sido referência no tratamento para casos de Covid-19 e passou por diversas mudanças e adequações para evitar a disseminação do vírus. Além de participarem de constantes capacitações, muitos profissionais reorganizaram a rotina familiar para atuarem na linha de frente durante a pandemia. A unidade é gerenciada pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) do Mato Grosso do Sul e tem disponibilizado orientações e apoio psicológico aos colaboradores.

“Logo quando vimos as notícias sobre o vírus ficamos assustados e inseguros com o que teríamos que enfrentar, não demorou muito e tivemos um paciente com a doença na unidade. Mudamos nossos hábitos do dia a dia, é preciso ter cautela para não contaminar familiares”, disse o vigia Nelson Nascimento, 46 anos.

Nelson conta que no início da pandemia foi complexo conversar com a família sobre a nova rotina e adquirir outros hábitos de proteção. “Minha família teve que entender que o meu trabalho está exposto a esses riscos. Agora quando chego em casa a atenção é redobrada na higienização de roupas e calçados”, contou.

Com 555 funcionários diretos e indiretos, o hospital atende população de mais de 200 mil habitantes dos oito municípios da microrregião, conta com 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e é referência na microrregião para o tratamento dos casos de Covid-19. Segurança dos pacientes e colaboradores tem sido destaque nas educações permanentes e orientações de rotina.

O recepcionista Ismael Ribeiro Ibanez, 28 anos, morava com os avós antes da pandemia. Ele teve que se mudar de casa para evitar a contaminação dos familiares. “Minha avó tem 75 anos, diabetes e hipertensão, a maneira mais segura que encontrei foi me distanciar deles para evitar a contaminação. É difícil não poder abraçá-los e vê-los somente pelo portão, mas preciso zelar pela saúde deles”, afirmou.

Morador da cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai (que faz divisa com Ponta Porã), Ismael também enfrentou dificuldades para se locomover para o trabalho desde que a fronteira com o Brasil foi fechada. Após conseguir autorização, ele consegue entrar e sair da cidade.
“Quando a fronteira foi fechada impediram que eu atravessasse para o lado do Paraguai. Para conseguir ir e vir providenciei uma autorização para comprovar que eu estava retornando do trabalho. Enfrentamos vários desafios, mas o maior deles é a distância de quem amamos”, comentou Ismael.

Desde o início da pandemia, a unidade já adquiriu 50 mil máscaras cirúrgicas, quatro mil máscaras N95, três mil litros de álcool 70%, 200 litros de álcool gel, 60 mil toucas, 60 proteções para pés, 20 mil aventais de manga longa, 300 óculos de proteção, 200 protetores faciais e mil unidades de macacão.

“A segurança dos nossos profissionais também é uma das prioridades adotadas neste período de pandemia. Além de capacitações, a aquisição de equipamentos de proteção individual, os EPIs, bem como seu uso e descarte de maneira correta, são medidas essenciais. O profissional seguro garante mais tranquilidade aos seus familiares e, sem dúvida, mais confiança aos pacientes”, explica Demetrius do Lago Pareja, diretor-geral do Hospital Dr. José de Simone Netto.

Saúde Mental – O psicólogo da unidade, Gabriel Goldoni Flores, orienta que é um momento de procurar ajuda para a saúde mental. “Houve um processo abrupto de mudanças significativas que trouxeram sentimentos de insegurança e ansiedade. A falta de perspectiva em relação ao vírus faz com que o medo e sensação de pânico só aumentem. É nesse momento que os profissionais necessitam de orientações e o serviço psicológico da unidade está disponível para atender todos os colaboradores”, ressaltou.

Um comentário em “Heróis invisíveis: como colaboradores do Hospital Regional de Ponta Porã (MS) alteraram rotina para enfrentar a Covid-19”

  1. Calebe Campos borges disse:

    Amo de mais muito tudo isso!
    Hospital mais seguro que já conheci!

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