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Hospital Regional de Balsas (MA) garante assistência integrada a pacientes

12/08/2019

Unidade, a 816 km de São Luís, no Maranhão, garante assistência e acompanhamento interdisciplinar com os serviços da equipe multiprofissional; Instituto Acqua administra hospital em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES)

O atendimento multiprofissional é uma normativa que integra a Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP) e que estabelece as diretrizes da Rede de Atenção à Saúde. No Maranhão, as unidades gerenciadas pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) contam com equipes que atuam de forma interdisciplinar na assistência. É o caso do Hospital Regional de Balsas, localizado a 816 km de São Luís, referência em atendimentos de média e alta complexidade, gestação de alto risco, pediatria e cirurgia geral na região Sul do Estado. Entre os 505 profissionais diretos e indiretos da unidade de saúde, 36 fazem parte da equipe multiprofissional, como explica a coordenadora do grupo e fisioterapeuta, Suanne Gomes Camargo Ribeiro.

“Aqui no hospital contamos com uma equipe formada por fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, nutricionista, assistente social, psicólogo e fonoaudiólogo. Nosso trabalho alcança todos os pacientes da unidade de saúde que exigem o atendimento multiprofissional, a partir das prescrições médicas”, explica.

O Hospital Regional de Balsas tem 56 leitos de enfermaria, 20 leitos de UTI e 4 leitos de isolamento. De janeiro a maio deste ano, foram realizadas mais de 8 mil internações. No mesmo período, somam 149.942 consultas multiprofissionais. Na rotina de atendimento, a equipe multiprofissional realiza encontros diários para avaliação de cada caso e o planejamento dos atendimentos.

A equipe multiprofissional é acionada de diversas formas no atendimento assistencial. A primeira delas é a prescrição médica. “O médico prescreve a necessidade de atendimento da equipe multi aos pacientes, porém, a fonoaudióloga também pode demandar a atenção da equipe na maternidade aos pacientes que ela visita para realizar o teste da linguinha, independente da prescrição”, ressaltou a fonoaudióloga Giuliane Lima de Sousa Macedo.

A admissão das gestantes que chegam ao hospital é feita na sala de classificação e são avaliadas pelo grau de risco, em atendimento independente de regulação pela Rede Estadual de Saúde. A regulação é um sistema integrado de assistência que envolve a atenção básica nos municípios e as unidades de saúde estaduais.

Os pacientes do setor de pediatria, clínica médica, cirúrgica e unidade de terapia intensiva são atendidos por regulação, ou seja, são encaminhados por unidades municipais de saúde para serem atendidos no Hospital Regional de Balsas, que é referência para 14 municípios. Já os bebês nascidos na maternidade, e que precisam ficar internados, são acolhidos pelas unidades de cuidado intermediário dentro do hospital que recebe também bebês direcionados por regulação.

Profissionais da enfermagem assistencial também podem recomendar a atenção da equipe multiprofissional a situações específicas e emergenciais. De acordo com o texto da Portaria Nº 3.390, de 30 de dezembro de 2013, do Ministério da Saúde, a equipe multiprofissional promove a horizontalização do cuidado e cada paciente tem um plano terapêutico específico, resultado da discussão das equipes, com o objetivo de avaliar ou reavaliar diagnósticos e riscos, redefinindo as linhas de intervenção terapêutica dos profissionais envolvidos no cuidado.

“Essa horizontalização do cuidado é muito importante na contribuição para a alta do paciente de forma mais rápida que não se reduz somente à medicação e estabilização do quadro clínico de saúde. É uma rede de atendimento e na forma de acolhimento, que envolve também os familiares. Cada especialista contribui com seu conhecimento e o paciente só sai da unidade depois de reabilitado e apto para desenvolver suas atividades diárias normais”, pontuou a coordenadora da equipe multiprofissional, Suanne Ribeiro.

Avaliação dos pacientes – Em uma das reuniões de equipe, acompanhamos a avaliação de um dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A fonoaudióloga Giuliane Macedo apresentou a situação clínica. “O paciente fez uma cirurgia que o deixou com dificuldade respiratória. Houve a necessidade de intervenção por meio de ventilação mecânica e traqueostomia. Estão tentando baixar o parâmetro para ver se ele consegue, aos poucos, respirar sem ajuda do aparelho”, relatou.

A equipe observa atenta o quadro clínico e sugere as intervenções. A fonoaudióloga orienta intervenção para retirar a traqueostomia no intuito de que o paciente volte a se alimentar pela boca. O cuidado com a alimentação exige a atenção da nutricionista. “Nessa situação ocorre a mudança da dieta e acompanhamos a evolução, tudo de forma integrada com o médico e equipe multi”, contou a nutricionista Kátia Cristina Brito dos Santos.

Kátia explicou ainda que a equipe de nutrição deve ir a todos os setores. “Nós temos duas nutricionistas e duas técnicas de nutrição por plantão. Fazemos a avaliação com o paciente, orientamos também como ele deve se alimentar. Às vezes, a própria equipe de enfermagem também observa a evolução da alimentação do paciente e sugere nossa avaliação, sobretudo em casos que ele passa de uma dieta antes feita por sonda para uma dieta via oral”, exemplificou.

A fisioterapeuta Enriqueta Nogueira Cardoso Neta, que integra a equipe multi e a clínica médica, destacou também algumas especificidades do atendimento em fisioterapia na rotina da equipe multiprofissional. “Dentro da UTI, o acompanhamento de fisioterapia é feito com exercícios respiratórios, mudança de parâmetro, deslocamento de secreação, mudança de decúpito, entre outras técnicas, a cada duas horas. Na enfermaria, damos continuidade ao trabalho com os pacientes que receberam alta da terapia intensiva e a maioria chega ainda com disfunções respiratórias e motoras, devido ao tratamento e intervenções”, disse.

O profissional de fisioterapia da equipe multi também atende na pediatria os casos de crianças com doenças respiratórias, e na maternidade, com exercícios de estimulação na etapa do pré-parto e na avaliação das crianças e das gestantes no pós-parto. “A fisioterapia tem, inclusive, uma ficha própria de avaliação com um questionário que avalia os parâmetros da assistência na área, o que está sendo usado, qual intervenção, entre outros questionamentos”, pontuou Enriqueta.

Alguns dos pacientes do Hospital Regional de Balsas vivem em condições de vulnerabilidade social e a assistente social da equipe multiprofissional organiza a relação da unidade de saúde com a família e o acompanhamento do paciente. “Quem vem de fora às vezes não tem como se alimentar devido a situação financeira. Acolhemos incluindo alimentação aos acompanhantes e temos uma sala de acolhimento dentro da unidade”, destacou a assistente social Denildes Farias de Sousa.

O Hospital Regional de Balsas oferece assistência materna de urgência e emergência obstétrica 24h. A unidade conta com 12 leitos clínicos, 14 pediátricos, 20 alojamentos conjuntos, 4 quartos PPPs, 6 leitos de UCINCo, 6 leitos de UCINCa e 12 para UTI adulto, além de 4 salas cirúrgicas. De 2017 até maio deste ano foram realizados 560.236 atendimentos.

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