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Identificação de mulheres em situação de violência é tema de palestra na Maternidade Humberto Coutinho (MA)

10/03/2020

Debate teve objetivo de fortalecer o combate à violência contra mulher e integra campanha promovida pelo Instituto Acqua

Colaboradoras, pacientes e acompanhantes que aguardavam consultas na Maternidade Humberto Coutinho, em Colinas (MA), participaram nesta terça-feira (10/03) de palestras sobre violência contra a mulher e violência psicológica. A iniciativa integra a campanha do Instituto Acqua intitulada #TodosContra, um basta à violência, que discute empoderamento, feminismo e agressões às mulheres.

Gerenciada pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), a maternidade atende casos de urgência e emergência em regime de 24 horas e é referência em atendimento a gestantes dos 15 municípios do Médio Sertão Maranhense. São mulheres que, em alguns casos, podem ter sofrido algum tipo de violência.

De acordo a coordenadora de Enfermagem da maternidade, Daniele Teixeira, a unidade de saúde adota procedimentos específicos quando são identificadas pacientes com características de violência física, como o atendimento na classificação de risco, a administração de medicamentos e orientações sobre a importância do registro da ocorrência.

“O registro depende do consentimento da mulher. Somente em casos de crianças e adolescentes o registro da ocorrência é obrigatório. Cabe ressaltar que nenhuma usuária poderá ser dispensada sem ser atendida, ou seja, sem ser acolhida, avaliada e classificada. Cabe ao enfermeiro classificador acionar o Serviço Social e a Psicologia e adotar atitudes para atuar de forma conjunta com toda a equipe. Desta forma, possibilita-se o acompanhamento do caso e todos os encaminhamentos necessários, desde sua entrada até o seguimento para a rede de cuidados e proteção social”, explicou Daniele.

A palestra abordou o conceito de violência, como fenômeno cultural e social, e a reflexão sobre as ocorrências de violência contra a mulher, em diferentes características, a psicológica, moral, física, patrimonial e sexual, além de dados estatísticos. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, a cada 2 minutos uma mulher é agredida e, diariamente, 15 mulheres morrem de forma violenta no Brasil. O perfil das vítimas, na maioria, são mulheres negras, de baixa escolaridade e pertencentes a região Nordeste.

Participaram ainda da condução da palestra, a psicóloga Sâmia Fonseca e a assistente social Vanesse Ferreira. Juntas, as três profissionais desenvolvem na maternidade uma assistência multidisciplinar. “A enfermagem atua no acolhimento, já que são os primeiros profissionais no atendimento, nas emergências. O setor de serviço social amplia essa assistência de acordo com o caso, investigando a história de vida da paciente, dados da ocorrência e do agressor, além de encaminhar para órgãos responsáveis pela assistência social. Já nós do setor de psicologia, atuamos na orientação, na autoestima, no reconhecimento da paciente dessas situações, na identidade, no autoquestionamento para que não haja reincidência de violências”, comentou Sâmia Fonseca.

Como denunciar – A orientação para as mulheres é recorrer à Delegacia de Polícia Civil (Av. Coronel Trajano Brandão, 1º andar), na cidade de Colinas. Também são acessíveis o canal da Ouvidoria da Mulher (0800 098 4241) e a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (180).

Acompanhe mais informações sobre a campanha nas redes sociais do Instituto Acqua, pela hashtag #TodosContra e no site www.institutoacqua.org.br.

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