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Maternidade Benedito Leite (MA) abre 10ª Roda de Conversa com Casais Grávidos

07/02/2020

As rodas de conversa integram a política pública do SUS de acolhimento e assistência humanizada a gestantes e familiares nas maternidades gerenciadas pelo Instituto Acqua e SES

A gestação é um momento de muita expectativa pessoal e social para mulheres e familiares. Entre o processo de aceitação, entendimento e aprendizado sobre essa etapa da vida, o diálogo e compartilhamento de vivências é uma estratégia desenvolvida pela Maternidade Benedito Leite, em São Luís (MA), por meio do ciclo de rodas de conversas com casais grávidos, aberto na última quarta-feira (05/02), na unidade gerenciada pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) do Maranhão.

Neste primeiro encontro participaram 20 pessoas interessadas em trocar experiências e receber esclarecimentos sobre as etapas do pré-parto, parto e pós-parto. A décima edição da roda terá sete encontros semanais encerrando no dia 25 de março, e o objetivo principal é fortalecer os vínculos familiares e a política pública de assistência do Serviço Único de Saúde (SUS), como explica Analamacia Brito, enfermeira-obstetra e responsável técnica do Instituto Acqua no Maranhão.

“Nós estamos aqui para acolher vocês, gestantes e familiares, de forma que a sociedade entenda que a gestação é um direito que precisa ser respeitado e resgatado com amor e cuidados. Nossos encontros são para fortalecer a família e entender que a construção de uma pessoa cidadã e que vai fazer a diferença no mundo começa na gestação”, disse Analamacia.

As gestantes foram recepcionadas também pela coordenação de enfermagem da maternidade e os supervisores de cada setor onde elas serão atendidas em cada etapa da assistência, do pré-parto ao puerpério. Todos foram se apresentando e contando um pouco sobre as expectativas, as emoções, os desafios que a gestação tem proporcionado.

“Ser mãe de primeira viagem é como pegar uma estrada sem saber a rota, e você vai se encontrando no decorrer do tempo. Aqui a gente tira dúvidas e esclarece muita coisa, trocando experiência com quem já teve o parto e com quem está passando pela mesma fase da gestação que a gente, mudanças do corpo, o nosso psicológico. Estou muito feliz de estar aqui com vocês”, falou Francimaria de Souza Cantanheides, que está na 27ª semana da gestação.

Francimaria foi para a roda de conversa acompanhada do pai da criança, Neemias Cantanhede, 24 anos. Os dois moram no bairro Planalto Aurora, que fica próximo à maternidade. Não era o único casal presente. Em cada depoimento, as semelhanças eram reconhecidas pelo choro fácil, as variações de comportamento, a ansiedade e inseguranças.

Para incentivar os pais a participarem das rodas, o casal João Guilherme e Marcelle, que presenças recorrentes em outras rodas, contribuíram com o relato de gestação da filha Lara, também presente e animando o encontro. “O pai tem que estar junto. Quando a esposa está grávida, a gente tem que incorporar uma palavra em caixa alta durante toda essa etapa, a ‘paciência’. A criança está na barriga dela, mas a responsabilidade e cuidado é dos dois”, refletiu João Guilherme Sáfadi dos Santos.

“Aqui fiz muitas amizades e tive suporte e apoio emocional. Cada pessoa teve uma contribuição gigantesca. Se a gravidez foi esse turbilhão, os primeiros meses foram bem difíceis para mim, na etapa da amamentação”, acrescentou Marcelle.

Os desafios sobre a gestação iam alcançando com responsabilidade e maturidade as experiências e idealizações de cada gestante. A empatia ia surgindo a partir de cada depoimento, singulares a cada mulher. Uma das participantes falou sobre depressão. Outra, chorou ao agradecer pelo atendimento que teve na maternidade, após ter descolamento da placenta.

“Tive uma intercorrência na oitava semana de gestação, um sangramento que durou três dias. Aqui os profissionais me explicaram o que estava acontecendo, que eu realmente corria o risco de ter um aborto espontâneo. Tudo isso me gerou muita ansiedade e medo. Tomei a medicação, esperei o tempo necessário para novos exames, perdi 4 quilos e fiquei em repouso absoluto. Na 10ª semana, repeti o exame e constataram que estava tudo bem com o bebê e que era uma menina. Ela vai se chamar Olívia e deve chegar em junho”, disse Marília Santos Vieira, 23 anos, que está com 19 semanas e 4 dias de gestação.

A obstetra Analamacia Brito reforça que o engajamento das gestantes e a participação maior dos homens é um avanço conquistado a cada elaboração do novo calendário de rodas de conversa. Os temas são organizados a partir de informações sobre direitos das gestantes e incluídas pautas de acordo com a demanda de cada gestante. As rodas são abertas e inclusivas.

“O convite é feito a casais grávidos, não necessariamente um casal formado por homem e mulher. É para quem se sente parte desse processo de construção da família, às vezes vem avó, vem a mãe da gestante, o importante é termos a presença da pessoa que veio caminhar junto com ela nesse processo”, explica Analamacia.

O próximo encontro será realizado no dia 12 de fevereiro, a partir das 14h, e abordará o tema da importância da entrega emocional na relação mãe, pai e bebê, e também falará sobre os direitos sociais da parturiente. Para participar, basta fazer inscrição na recepção da maternidade, localizada à Avenida Jerônimo de Albuquerque, no bairro Cohab Anil, em São Luís.

 

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