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Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão realiza cirurgia inédita em recém-nascida

13/01/2023

Mielomenigocele, que afeta recém-nascidos, é uma doença detectada ainda na gestação e acomete a má formação do sistema nervoso

A Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão (MACMA), em São Luís, unidade administrada pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), realizou em (06/01) cirurgia inédita de Mielomenigocele, doença que afeta bebês ainda na barriga da mãe e ocasiona má formação do sistema nervoso. O neurocirurgião Benedito Sabbak Thome Junior destaca que a doença pode estar relacionada à deficiência de ácido fólico ainda nas primeiras semanas da gestação, ou fatores genéticos. “Muitas das vezes as mulheres nem sabem que estão grávidas e o problema já aconteceu. Essa má formação acomete mais bebês do sexo feminino”, esclarece. Bruna Rebecca nasceu em 31 de dezembro de 2022, prematura, de parto cesárea e após avaliação e rotina de cuidados passou pelo procedimento.

A cirurgia deve ser realizada na criança ainda recém-nascida, pois a recuperação tende a ser mais rápida e minimizar os riscos de infecções associadas aos nervos expostos. “A cirurgia acontece na região lombar, o cuidado pós-operatório tem que ser bem maior, pois a criança não pode ficar deitada por cima da cicatriz, a higiene também deve ser redobrada para não ocasionar infecção no local”, enfatizou Dr. Sabbak.

Cirurgias do tipo, normalmente, ocorrem no Hospital Infantil Dr. Juvêncio Mattos, unidade gerida pelo Instituto Acqua que realiza procedimentos pediátricos de pacientes encaminhados de outras unidades da rede materno-infantil. Com a prematuridade, a pequena Bruna Rebecca recebeu todo suporte necessário na MACMA – a equipe médica foi deslocada e a cirurgia teve resultado positivo. “A nossa intenção é dar continuidade nas cirurgias na MACMA para que não seja necessário deslocar o recém-nascido. Assim também teremos mais leitos disponíveis no Juvêncio Mattos”, pontuou o neurocirurgião.

“Minha gestação foi de alto risco desde o início, fiz meu pré-natal em Coelho Neto, lá fui transferida para Caxias, mas pela complexidade vim para MACMA, e aqui fui bem recebida e tenho total gratidão desde a minha internação. Aqui é bem mais completo, é uma maternidade pública que fiquei surpresa por todo o atendimento com vários especialistas e todos sempre cautelosos e positivos com o meu caso e da minha princesa Rebecca”, falou a mãe Antônia Maria Silva, 29 anos.

Brendo Danilo de Oliveira, 30 anos, pai de Rebecca, destacou o bom acolhimento. “A palavra é gratidão. Não medem esforços para fazer tudo que for possível. Hoje consigo dormir sem tanta preocupação, pois sei que ela está em boas mãos e isso é muito gratificante para todos os pais que passam por isso”, comentou.

Aline Miranda Lobato, enfermeira que atua na UTI Neonatal, afirma que mesmo com rotina diferenciada dos outros recém-nascidos, os profissionais estão preparados, pois recebem suporte de treinamentos pontuais na unidade de saúde. “Com essa cirurgia nós profissionais acabamos tendo que realizar outra dinâmica no dia a dia, pois vamos cuidar desse bebê no pós-operatório com observações de dor, curativo, sinais logísticos ou alguma ocorrência. E nessa situação diferenciada, nós estamos preparados para acolher”, garante.

Assistência no pré-natal de alto risco – No último ano, foram realizados 20 mil pré-natais de alto risco nas unidades gerenciadas pelo Instituto Acqua, incluindo a Maternidade Nossa Senhora da Penha que realiza o pré-natal de baixo risco. O governo do Maranhão tem planificado o atendimento às gestantes em várias cidades espalhadas pelo interior do estado, o que permite a elas ter acesso ao pré-natal de alto risco, a exemplo em São Bento, Colinas, Paço do Lumiar, Presidente Dutra e Santa Inês, nestes locais as gestantes tem acesso a várias especialidades no circuito de atendimento.

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