contato@institutoacqua.org.br

Pacientes acima de 12 anos e com fissura labiopalatina contam com atendimento no Hospital Dr. Carlos Macieira (MA)

20/11/2019

Atendimento foi iniciado na terça-feira (19/11); 27 pacientes serão atendidos nesta etapa da ampliação dos serviços

A satisfação e alegria da recepcionista Eliane Sampaio, 34 anos, moradora do município de Santa Luiza do Paruá, distante 392 km da capital maranhense, expressam a relevância da ampliação dos serviços para pacientes com fissuras labiopalatinas. O novo serviço, que agora atende pacientes acima dos 12 anos, foi iniciado na última terça-feira (19/11). Com a ampliação da oferta, pacientes terão atendimento no Hospital Dr. Carlos Macieira, em São Luís. A iniciativa, resultado da parceria entre Instituto Acqua e Secretaria de Estado da Saúde (SES) do Maranhão, visa diminuir a fila de espera de adolescentes e adultos que aguardam este tipo de cirurgia.

“Estou há mais de 17 anos aguardando essa oportunidade. Vai mudar tudo em minha vida. Vou me sentir com a autoestima melhor. Estarei mais feliz e mais chique”, contou sorridente Eliane.

A paciente lembra que antes do atendimento no Hospital Dr. Carlos Macieira passou por parte do tratamento na cidade de Teresina, no Piauí. Ela lembra que por residir no Maranhão, o serviço de saúde foi suspenso, a impedindo de continuar o tratamento.

Outra história representativa é de Joabe Barbosa, 15 anos, um dos pacientes atendidos nessa etapa. A mãe, Sildelia de Andrade, 42 anos, acompanhou o filho. “É uma felicidade total. Era o meu sonho ver ele com a autoestima melhor. Ele é muito tímido, fica muito na dele e não conversa com ninguém”, relatou emocionada.

Além do Hospital Dr. Carlos Macieira, o Complexo Infantil Dr. Juvêncio Mattos já atende crianças de seis meses a 12 anos. No último mês de outubro, o Hospital Dr. Juvêncio Mattos promoveu a 2ª Campanha de cirurgias de fissuras labiopalatinas com a realização de 35 cirurgias em crianças.

Uma cirurgia na rede privada custa em torno de 50 a 70 mil reais. Antes, os pacientes adolescentes e adultos procuravam atendimento no Hospital de Reabilitação de Anomalias Cranio Faciais (HRAC/Centrinho) em Bauru, São Paulo.

“São pessoas que esperam uma vida inteira. Ofertar esse serviço é muito gratificante. É importante lembrar o trabalho integrado de toda a equipe de profissionais, cada um auxiliando em uma etapa do tratamento”, comentou a cirurgiã bucomaxilofacial Ingrid Oliveira.

Além da cirurgiã, a equipe é composta por Jupiter Newler, cirurgião plástico, Rafael Maya, ortodontista, entre outros profissionais. A ação conta com a parceria da ONG Maranhense Céu da Boca e da ONG Internacional Smile Train. Nesta fase, os pacientes serão submetidos a triagem inicial com abertura do serviço e após a realização dos exames pré-operatórios passarão pelos procedimentos de correção de fissuras labiopalatinas com cirurgias de queiloplastia unilateral (correção dos lábios) e palatoplastia (correção do palato do céu da boca). Ao deixar o consultório, o paciente já tem agendada a consulta pré-operatória. A previsão é que os procedimentos cirúrgicos sejam iniciados em dezembro após o período pré-operatório de realização dos exames.

Durante a apresentação do serviço, o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, afirmou que o novo serviço ocorrerá de forma permanente na rede estadual de saúde. “É um resgate da dignidade das pessoas, vai muito além de ser um simples procedimento cirúrgico ou estético, pois pode causar danos da ordem física como problemas na degustação, fala e sobretudo na dignidade dessas pessoas. Ficamos felizes em inaugurar esse serviço em adultos. Será um projeto permanente e vai diminuir bastante a fila de pessoas que aguardam”, pontuou.

Fissuras labiopalatinas resultam de má formações congênitas que ocorrem antes do bebê nascer e podem surgir juntas e atingir um ou ambos os lados do rosto. Elas surgem quando as estruturas que formam a face não se nivelam no período embrionário durante o primeiro trimestre da gestação. A fenda palatina ocorre quando o palato (céu da boca) não se fecha.

Nos pós-operatório, os pacientes recebem acompanhamento da equipe multidisciplinar da unidade, composta por fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionas e cirurgiões plásticos e bucomaxilofacial e odontologia.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *