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Profissionais do Hospital Dr. Carlos Macieira (MA) recebem primeira dose da vacina contra o coronavírus

20/01/2021

A técnica de enfermagem, Egle Maia, e o fisioterapeuta Henrique Sobrinho foram os primeiros profissionais da saúde vacinados; hospital é gerenciado pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES)

“Meu sentimento é de gratidão pelo respeito ao meu trabalho, por tudo que fizemos junto com outros profissionais da saúde na linha de frente de combate à Covid-19. Presenciamos aflições, turbulências, muita tristeza e fomos sensíveis aos nossos pacientes. Estávamos ali todo tempo, suprindo essa lacuna nesse momento tão difícil”. Foi com essa mensagem que a técnica de enfermagem Egle Martins Maia, 46 anos, agradeceu por ter sido uma das primeiras profissionais de saúde a receber a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus no Maranhão.

A vacinação teve início na noite de segunda-feira (18), no Palácio dos Leões (sede do governo do Estado). As vacinas foram produzidas pelo Instituto Butantan e enviadas ao Maranhão pelo Ministério da Saúde. Foram recebidas 164.240 doses nesta etapa, sendo duas para cada pessoa.

Egle está na linha de frente da Covid-19 desde março de 2020, quando foram internados os primeiros pacientes com a doença no Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM). A unidade gerenciada pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) se tornou referência para atendimento de pacientes graves da doença. No ápice da pandemia foram utilizados 204 leitos, sendo 110 de UTI.

A técnica de enfermagem integra a equipe do HCM há 7 anos e trabalha como plantonista no setor da clínica cardiológica. Em quatro dias da semana presta assistência em saúde, sempre com sorriso no rosto e o entusiasmo de poder ajudar a salvar vidas. No dia seguinte após receber a vacina, a sensação era de tranquilidade e otimismo.

“Acordei bem tranquila, não apresentei nenhum sintoma. E queria deixar essa mensagem para toda população, de confiar na vacina, sabendo que cada pessoa tem um tipo de organismo, mas confiar na prevenção”, falou a profissional.

Esperança – Assim como Egle, o fisioterapeuta do HCM, Henrique Lott Carvalho Novaes Sobrinho, 39 anos, também recebeu a primeira dose da vacina e integra a equipe pioneira da linha de frente de combate à Covid-19. Ele também relatou sobre a insegurança nos primeiros dias da pandemia. “Era um misto de tudo, de medo, angústia, ansiedade, não sabia com o que lidar. Cada plantão era uma história diferente, parecia um filme de suspense porque a gente não sabia bem como tudo ia terminar”, lembrou.

Os meses foram passando e o fisioterapeuta nunca deixou o hospital. Periodicamente, os profissionais da linha de frente realizam testes para averiguar se haviam positivado o vírus no corpo. Receber a vacina representou para ele o reconhecimento pelo trabalho.

“É representar todos aqueles que lutaram e ainda lutam para combater a doença. Muitas pessoas perderam familiares. Perdemos ainda colegas da área da saúde. Acredito que a vacina vai ajudar a mudar essa realidade. Todas as vezes que eu olhava uma divulgação de alta de paciente eu acreditava mais ainda que a gente podia vencer essa batalha”, afirmou o fisioterapeuta.

Além dos profissionais do Hospital Dr. Carlos Macieira, receberam a vacina durante o evento no Palácio dos Leões a infectologista Conceição de Maria Pedroso e Silva de Azevedo, a enfermeira Sônia Maria Carvalho de Matos e a indígena da Aldeia Arariboia, Fabiana Guajajara.

Etapas de vacinação – As vacinas já foram distribuídas para 15 das 19 Regionais de Saúde do Governo do Estado. No total, 160 municípios maranhenses já receberam os imunizantes e a expectativa é concluir a entrega para as demais cidades ainda nesta quarta-feira (20/01).

Ao todo, 2.124 salas de vacinação integram a rede estadual, sendo possível ampliar para 2.500. Nesta primeira etapa, são vacinados os grupos determinados pelo Ministério da Saúde. Existem três fases nesta etapa. Na primeira fase, são trabalhadores da saúde; pessoas de 75 anos ou mais; pessoas de 60 anos ou mais em asilos; população em situação de rua; população indígena, povos e comunidades tradicionais ribeirinhas e quilombolas.

Na segunda fase, são os idosos de 60 a 74 anos. Na terceira fase, são pessoas com diabetes mellitus; hipertensão arterial grave; doença pulmonar obstrutiva crônica; doença renal; doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; indivíduos transplantados de órgão sólido; anemia falciforme; câncer; e obesidade grave, com Índice de Massa Corporal igual ou maior que 40 (IMC ≥ 40).

A estimativa é de 1,75 milhão de pessoas nesta primeira etapa, ainda sem data prevista para terminar. Os demais serão vacinados após essa fase, em cronograma também a ser definido pelo Ministério da Saúde.

Fotos: Nael Reis

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