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Rede de apoio à prevenção ao suicídio é tema de roda de conversa no Hospital Dr. Carlos Macieira (MA)

18/09/2019

Diálogo reuniu profissionais da unidade e acadêmicos em estágio; ações conjuntas com várias instituições fortalecem o enfrentamento a transtornos mentais 

A atuação da rede de apoio na prevenção ao suicídio foi tema da roda de conversa com colaboradores e acadêmicos em estágio, nesta quarta-feira (18/09), no Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM), em São Luís (MA). Para psicólogos, a ação conjunta de familiares, serviços especializados e instituições reduzem as chances de pessoas que sofrem com transtornos mentais recorrerem ao suicídio. As formas de abordagem, locais indicados que ofereçam assistência e estratégias de atuação também estiveram na pauta do diálogo que faz parte das ações da Campanha Setembro Amarelo de prevenção ao suicídio. O hospital é gerenciado pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES).

A psicóloga Julyana Lima, uma das convidadas a mediar o diálogo, afirmou que é necessário ter um olhar amplo a respeito dos sinais que indicam a existência de algum transtorno mental. “Cada doença mental vai ter seus sintomas específicos, no caso da depressão as pessoas têm o estereótipo de olhar como alguém deprimido, porém essa não é a realidade. Muitas vezes as pessoas deprimidas estão vivendo normalmente, se divertindo. Algumas podem estar com a depressão instalada, mas sem manifestá-la”, pontuou a especialista em avaliação psicológica e psicodiagnóstico.

A Rede de Apoio é formada por todo serviço de saúde em conjunto com outros serviços profissionais, entre eles, o Serviço Social. Além deste, as fontes de apoio social como família, amigos, cônjuges, vizinhos, provedores de serviço, as relações no ambiente de trabalho e na sociedade também integram a rede de apoio. Em relação ao tipo de apoio, a profissional da Psicologia lembrou que o apoio social pode ocorrer por meio de ações de apoio emocional e instrumental com a utilização de recursos materiais e o apoio à informação com a realização de eventos de educação e atividades sociais.

“Precisamos evitar expressões como falta de amor, fraqueza, falta de Deus, egoísmo, e todas essas frases que atrapalham. Para combater esse quadro é importante sempre melhorar sua saúde mental, se comunicar e, sempre que precisar, buscar ajuda qualificada”, completou a psicóloga.

Sinais de Alerta – Durante o momento de diálogo, o psicólogo Dalmacio Barros lembrou os sinais de alerta que devem ser observados, entre os quais tristeza excessiva, falta de vontade de estar com outras pessoas, alteração repentina de comportamento, atitudes diferentes do habitual, tratar de vários assuntos pendentes ou fazer carta de despedida. Além destes sinais, o profissional lembrou que outra característica marcante é demonstrar calma ou despreocupação após um período de grande tristeza e depressão.

Como ajudar – Entre os pontos abordados na roda de conversa, as diversas formas de ajuda que podem ser oferecidas a quem apresenta distúrbios psicológicos também foram apresentadas. Demonstrar amor e empatia por quem apresenta os sinais de depressão, tentando entender o que está acontecendo; incentivar a procurar ajuda de um profissional qualificado como psicólogo ou psiquiatra para tentar mostrar que existem outras soluções para o seu problema, bem como retirar todo material que possa ser utilizado para cometer o suicídio, como armas, comprimidos ou facas, dos locais onde a pessoa vulnerável passa mais tempo.

Ligar para o 192, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), procurar os serviços do CAPS e das Unidades Básicas de Saúde – Saúde da família, Postos e Centros de Saúde – , UPAs, Prontos-Socorros, também estão na lista dos serviços especializados que acolhem pessoas com transtornos mentais. O Centro de Valorização da Vida, CVV 188 ou pelo site www.cvv.org.br, também são canais que podem ser utilizados para ajudar quem passa por problemas psicológicos ou esteja pensando em recorrer ao suicídio.

“É importante que se compreenda como falar sobre o suicídio na sociedade para que possamos evitar principalmente o efeito contágio, que é quando se transmite uma notícia suicida e isso provoque em outras pessoas atitude para cometer esse mesmo ato. Temos que disseminar informações positivas, como locais, telefones os quais ajudem pessoas que estão em tristeza profunda”, comenta Marcelo Soares, diretor de CAPS AD e especialista em saúde mental.

Em São Luís existem dois Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) instalados no bairro do Monte Castelo, de responsabilidade estadual – e no bairro do Filipinho – de âmbito municipal. O Hospital Nina Rodrigues recebe casos de emergência psiquiátrica com atendimentos 24 horas. Há ainda o CAPS Infantil que funciona no Turu, além do ambulatório no Filipinho, e outros locais nos bairros do Anjo da Guarda e Cohab.

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