Referência em tratamento de escoliose, Himaba (ES) registra aumento de cirurgias corretivas em crianças e adolescentes
01/06/2022
Em um ano, Hospital infantil de Vila Velha realizou 30 intervenções cirúrgicas em crianças e adolescentes na faixa entre 10 e 17 anos; unidade é administrada pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa)
O mês de Junho é voltado para a cor verde, sobre conscientização do diagnóstico e tratamento da escoliose, doença caracterizada pela curvatura anormal da coluna vertebral que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta até 4% da população. Desde que o Instituto Acqua assumiu a gestão do Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha, em abril de 2021, a instituição se tornou referência no tratamento da enfermidade no Estado, registrando cerca de 30 cirurgias no período de um ano, enquanto só entre 2014 e 2020 – um intervalo de 6 anos – foram realizadas 23 intervenções cirúrgicas.
Charbel Jacob, ortopedista especializado em tratamento de escoliose, que atua no Himaba desde 2014, revela que os principais tipos diagnosticados da doença na instituição são a idiopática e neuromuscular, sendo que grande parte deles já chegam em avanço de aproximadamente 80 graus, o que torna elementar a intervenção cirúrgica nos jovens. Segundo o médico, a deformidade gera impactos significantes na qualidade de vida, bem-estar e autoestima dos pacientes, indo além das alterações estéticas: ocasiona desconforto muscular excessivo e pode vir a comprometer as funções pulmonar e cardíaca.
“A campanha Junho Verde destaca que quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance do tratamento ser realizado sem uma intervenção cirúrgica. Os exames para avaliação são simples e os pais devem estar atentos aos filhos em fase de crescimento, pois é neste período em que há a progressão da doença. Uma das melhores maneiras de detectar a escoliose é pedir à criança que se curve e toque seus pés, examinando então suas costas para ver se há alguma assimetria ou protuberância. Os pais podem notar que os ombros da criança, a frente das colunas, a cintura ou a omoplata parecem irregulares”, ressalta Charbel.
Junto com quatro médicos, também especialistas em coluna, Charbel lidera a iniciativa do projeto social “Proteja sua Coluna”, no qual os profissionais vão até escolas estaduais e municipais para examinarem e diagnosticar precocemente a escoliose em aproximadamente 300 adolescentes, entre 10 e 18 anos. “Realizamos exames de triagem e, se detectada a necessidade de tratamento, encaminhamos esses jovens para o Himaba”, explica.
Tratamentos – Com duração média de 4 horas, a intervenção cirúrgica corretiva de escoliose é indicada em casos mais acentuados da doença, quando é identificado mais de 50 graus. O procedimento consiste em colocar alguns parafusos ortopédicos para posicionar a coluna da forma mais ereta possível, sendo necessário acompanhamento médico posterior e sessões de fisioterapia. Para casos mais amenos de escoliose e de crianças menores, a equipe de ortopedia do Hospital infantil de Vila Velha tem investido no uso do gesso.
