contato@institutoacqua.org.br

Especial: Super(ação) de pessoas com deficiência

21/09/2019

Conheça a história do agente administrativo Fernando de Santos Gomes, 34 anos, pessoa com deficiência contratado pelo Instituto Acqua que tem feito a diferença em unidade de saúde do Maranhão

Em novembro do ano passado, o cadeirante Fernando de Santos Gomes, 34 anos, viu surgir nova oportunidade profissional quando foi informado sobre o processo seletivo do Instituto Acqua para pessoas com deficiência (PCD) nas unidades de saúde gerenciadas no Maranhão. Contratado pela empresa, o maranhense presta serviço como agente administrativo do Serviço de Arquivo Médico da Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão, a MACMA. Fernando é o primeiro profissional com deficiência que atua na equipe do arquivo da unidade de saúde.

A cadeira de rodas não é empecilho para o exercício profissional. De segunda a sexta-feira, das 7h às 13h, o registro de ponto do funcionário é atualizado sem atrasos, a não ser quando o dia amanhece nublado ou chuvoso. “Porque eu venho na própria cadeira de rodas para a maternidade, já que eu moro aqui mesmo no bairro, a 500 metros de distância. No dia que chove eu aviso para não ter prejuízo e a equipe compreende”, explica.

Compreensão, aliás, é um exercício que se tornou aprendizado e troca entre os colegas do setor onde ele trabalha e que, nos pequenos gestos, vão aprendendo a lidar com a acessibilidade atitudinal, mudança de atitude que gera acolhimento e respeito às pessoas com deficiência. O cadeirante nasceu com má formação congênita dos membros inferiores. “Já nasci assim, não me tornei deficiente. Aqui fui bem acolhido. Aceitação não é me dar tudo pronto, é me deixar à vontade para ser tratado como igual e essas pequenas coisas fazem a diferença. Por exemplo, alguém pegar um copo d’água para você porque acha que você tem dificuldade em fazer isso sozinho. Sempre fui de expor as minhas capacidades e falar o que eu posso fazer e meus limites sem que isso fosse uma questão de superioridade minha ou dos outros”, conta Fernando.

Antes de ser contratado pelo Acqua, o agente administrativo foi operador de caixa e cobrador de empresa de ônibus. Atividades de contato direto com o público que deram a ele popularidade. “Quando cheguei aqui o pessoal já me conhecia de minhas outras atividades no supermercado e no transporte coletivo. Agora sou conhecido por ser funcionário da MACMA”, disse.

Rotina no Arquivo – Luvas e máscaras estão entre os equipamentos individuais que garantem proteção contra fungos e ácaros no ambiente do arquivo, onde estão armazenados milhares de documentos que registram todos os atendimentos realizados na unidade de saúde. Entre consultas e internações, todo mês, mais de 3 mil pessoas são acolhidas na MACMA e o controle dessa movimentação é feita pelo prontuário, como explica a bibliotecária e coordenadora do Serviço de Arquivo Médico (SAME) da unidade, Luzia de Sá Magalhães.

“Nosso foco é o prontuário. Ele é o documento onde são registrados todos os atendimentos da paciente e intercorrências. Uma vez que a gestante é internada ou atendida ela recebe um número de cadastro. Se a paciente retornar 10 anos depois, o prontuário dela voltará novamente e atualizado, inclusive as pacientes que são acompanhadas no pré-natal”, explica.

O setor existe na maternidade há mais de 20 anos. Diariamente, a equipe organiza as agendas de atendimento e encaminha os prontuários de pacientes que vão ser internados. Existem duas modalidades de atendimento: as internações e o ambulatório. O primeiro atendimento é na urgência e emergência. Após o registro na admissão e atendimento médico é feito o prontuário, que vai da admissão ao centro cirúrgico, enfermaria até a alta da paciente.

Oportunidade – Fernando ocupa um espaço de direito adquirido por ele e mais outras 14 pessoas com deficiência contratadas pelo Instituto Acqua para a Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão – gerenciada em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde. São pessoas com diferentes deficiências e que contribuem na convivência em diversidade e um novo olhar sobre especificidades não percebidas pelas outras pessoas.

Para o diretor-presidente do Instituto Acqua, Samir Siviero, a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho vai além do cumprimento da obrigação de leis trabalhistas. “O Acqua vem ocupando novos espaços em vários estados do Brasil. A instituição tem como missão a valorização social das pessoas, e garantir que nos ambientes onde o instituto atua, especialmente nas unidades de saúde, é imprescindível contar com a colaboração e presença de pessoas diversas”.

Sobre o que é ser diferente e como lidar com o preconceito, Fernando define: “Ando de joelhos. Sei que é diferente para a maioria das pessoas e procuro entender os dois lados. Já vi reações diversas, mas também não posso considerar que todo olhar estranho está relacionado a isso. Se for achar que tudo é preconceito eu vou ter problema em conviver com muita gente”, conclui.

Um comentário em “Especial: Super(ação) de pessoas com deficiência”

  1. Marly Alves Aguiar Pavão Gomes disse:

    Linda história de superação.é Deus o autor , ele escreve sua história transforma sua vida e dá Vitória em tudo.onde pisar os pés ou melhor o joelho será abençoado. Assim diz o Senhor.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *