Violência doméstica e familiar contra a mulher é tema de palestra no Hospital Regional de Balsas (MA)

24/08/2019

Ao abordar tema, unidade de saúde demonstra compromisso social; hospital, gerenciado pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), integra rede de atendimento à mulher vítima de violência

Discutir os aspectos sociais, psicológicos e históricos da Lei Maria da Penha, formas de violência doméstica e suas consequências para a vítima, atuação e enfrentamento à violência familiar e doméstica contra a mulher foram temáticas abordadas durante a palestra realizada na última quarta-feira (21/08), no Hospital Regional de Balsas, em Balsas (MA). A unidade é gerenciada pelo Instituto Acqua em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES). A atividade ocorreu em parceria com o Fórum de Justiça de Balsas.

“A importância de tratar esse tema refere-se ao fato de que a violência doméstica e familiar contra a mulher é uma realidade que pode estar mais próxima do que imaginamos. Precisamos discutir esse tema em todos os espaços sociais, pois através da informação e, consequentemente, da conscientização, nós podemos prevenir sua ocorrência e combatê-la. O Hospital Regional faz parte da rede de atendimento à mulher vítima de violência, e essa rede está aprimorando os serviços para garantir a proteção dessas vítimas”, pontuou a psicóloga Mônica de Oliveira Leite Lima.

A profissional lembrou ainda que as equipes de saúde, assim como os outros componentes da rede, podem atuar como agentes de mudança dessa realidade.  De acordo com a coordenação da equipe multiprofissional da unidade, ao trazer o debate para dentro da instituição, o Hospital Regional de Balsas demonstra compromisso social e o posicionamento no enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher.

“Abordar a violência doméstica e familiar contra a mulher é uma forma de fazer com que essas vítimas tenham força e sintam-se seguras para denunciar. Foi pensando nesse aspecto que decidimos preparar esse momento. Às vezes, uma conversa pode salvar a vida de uma pessoa que pensa em sair daquela situação, mas que não sabe como”, comentou Suanne Gomes Camargo Ribeiro, coordenadora da equipe multiprofissional do Hospital Regional de Balsas.

Orientações – Durante a conversa, a assistente social Ana Sheila Muniz Lopes dos Santos, que também coordenou o momento, enfatizou o papel dos profissionais de saúde na rede de combate à violência contra a mulher. “É importante que os profissionais envolvidos nesse atendimento possam oferecer uma assistência qualificada, humanizada e acolhedora e que vá de encontro às demandas da vítima”, frizou.

A assistente social lembrou que cabe ao profissional de saúde orientar a mulher a fazer a denúncia. Para isto, ela terá que ser encaminhada a uma Delegacia da Mulher ou à Delegacia da Polícia Civil, onde serão realizados os procedimentos legais de proteção à mulher e instauração do inquérito policial.

Além dessa orientação, o Conselho Tutelar local ou equipe de Assistência Social deve ser comunicado para providenciar abrigo seguro para a vítima e seus filhos. Outra orientação foi a respeito dos telefones dessas instituições, que devem estar identificados e atualizados na Unidade de Saúde.

Os Conselhos Tutelares funcionam em regime de plantão e devem ser acionados, principalmente se houver situações de risco para crianças e adolescentes. Se isto não for possível, deve haver uma  análise com a paciente buscando uma alternativa, como familiares ou amigos de sua confiança, que possam abrigar a vítima até encaminhamento do processo.

Caso a paciente se recuse a denunciar, informações e orientações podem ser também adquiridas por meio do “Ligue 180”. O serviço funciona 24 horas e a ligação é gratuita. As vítimas também podem e devem usar o serviço.

Se a mulher optar por manter a relação conjugal após os esclarecimentos, deve-se estimular o tratamento do casal e manter acompanhamento frequente por meio de visitas domiciliares feitas por equipes especializada. Os laudos e prontuários médicos fornecidos pelo posto de saúde serão admitidos como meios de prova durante o processo judiciário.